Planalto das Cesaredas, Lourinhã, Portugal
Terra de passeios por entre pedras, de pão por entre pedras, de cavalos por entre pedras, de febras, de castanhas, de água-pé por entre pedras. Caminhantes às dezenas, por entre pedras, como numa procissão a santo nenhum, sem mais deus do que o prazer de andar, olhar, sentir.
Céu azul de encomenda, o Verão de São Martinho a proporcionar o constraste perfeito com o verde-escuro dominante e o cinzento - perdão, os cinzentos, pois que a gama é vasta - da pedra que aflora por toda a parte. Surge a meio de uma verda, encostada a uma casa ou no meio de um pátio onde os miúdos brincam e alguém teve a boa ideia de instalar luzes. Havemos de cá voltar.
Há quem diga que o caminho se faz caminhando e este abre-se-nos a cada passo, com vontade. Inflecte, às vezes, por um desvio improvável, uma descida até a um ribeiro com ancestrais estruturas hidráulicas, uma subida que nos deixa aos pés de um moinho eólico. No fim, o consolo do repasto, do convívio e uma sensação efémera, mas gloriosa: quem chegou até aqui pode chegar onde quiser.