sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Writer's bloGck


Queen, Breakthrough

If I could only reach you
That would really be a breakthrough

O blogue anda mortiço, mas que querem? Às vezes não apetece escrever, apenas deixar, numa cadência de conta-gotas, pequenos bocados de vida sem tecer considerações nem criar coisa alguma. Não tento, sequer, defender a escassa quantidade com inexistentes ganhos de qualidade. Ando preguiçoso, é só. Isto é giro, mas cansa. Isto é bom, mas é preciso estar para aqui virado. E eu estou pouco. Logo se vê.

sábado, 22 de novembro de 2008

Baú das codornizes (XIV)

Esta entrada de há dias diz bem do tom por que anda afinada a minha vida. Não têm faltado nas conversas cá de casa canções de embalar, cantigas de roda, filmes da Disney, séries de desenhos animados, etc. Do Barata-Moura ao papão-vai-te-embora-para-cima-do-telhado, da Branca de Neve ao Rei Leão, do Picapau Amarelo ao pato-pata-aqui-pata-acolá, do Calimero à Abelha Maia, tem sido um desfiar de recordações...

Em boa verdade vos digo que nunca esqueci essas imagens e sons de quando era miúdo. Sempre revisitei, ao longo dos anos, cenas, músicas e personagens, gravei filmes e comprei vídeos, discos e DVDs, que agora recupero para quem de direito.

Algumas há, no entanto, que mais vale que fiquem lá no vale das memórias (posto que difícil é dar-lhes ordem de despejo). Como esta película de 1989, de talentosos autores (a equipa de Don Bluth, que fez O segredo de NIMH e Em busca do vale encantado, mais as 287 sequelas), mas muito mal conseguida. Fomos vê-la, perto do Natal, éramos um grupo de dez ou mais, entre miúdos e adultos. Ninguém gostou e ainda hoje a obra é motivo de gozo em conversas familiares. A história era fraca, a animação muito vista, a banda sonora ensurdecedora. Não sei mesmo se não foi daí que nasceu a expressão "Tirem-me deste filme!".

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O voo da codorniz (XXXIV)

Planalto das Cesaredas, Lourinhã, Portugal

Terra de passeios por entre pedras, de pão por entre pedras, de cavalos por entre pedras, de febras, de castanhas, de água-pé por entre pedras. Caminhantes às dezenas, por entre pedras, como numa procissão a santo nenhum, sem mais deus do que o prazer de andar, olhar, sentir.

Céu azul de encomenda, o Verão de São Martinho a proporcionar o constraste perfeito com o verde-escuro dominante e o cinzento - perdão, os cinzentos, pois que a gama é vasta - da pedra que aflora por toda a parte. Surge a meio de uma verda, encostada a uma casa ou no meio de um pátio onde os miúdos brincam e alguém teve a boa ideia de instalar luzes. Havemos de cá voltar.

Há quem diga que o caminho se faz caminhando e este abre-se-nos a cada passo, com vontade. Inflecte, às vezes, por um desvio improvável, uma descida até a um ribeiro com ancestrais estruturas hidráulicas, uma subida que nos deixa aos pés de um moinho eólico. No fim, o consolo do repasto, do convívio e uma sensação efémera, mas gloriosa: quem chegou até aqui pode chegar onde quiser.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Baú das codornizes (XIII)


Baby mine, do filme Dumbo, de Walt Disney (voz de Betty Noyes)

Haverá melhor do que rever
esta cena com um bebé ao colo?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tentar

Esta música já se meteu comigo duas vezes, só nesta semana, e sempre via rádio do carro. Não a ouvia há séculos, mas foi-me dado, numa destas noites, partilhá-la com alguém a quem poderia cantá-la. Da segunda vez, matou-me as saudades dessa pessoa.


Macy Gray, Try

Games, changes and fears
When will they go from here
When will they stop

I try to say goodbye and I choke
Try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, its clear
My world crumbles when you are not here

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Baú das codornizes (XII)

Remember remember
the fifth of November
Gunpowder, treason and plot.
I see no reason
why gunpowder, treason
Should ever be forgot...

No dia 5 de Novembro de 1605, Guy Fawkes e mais uma catrefada deles tentaram rebentar com o Parlamento inglês enquanto Jaime I discursava. O rei era protestante, os conspiradores católicos. A brincadeira valeu-lhe se enforcado, arrastado e esquartejado (hung, drawn and quartered, uma tradição lá das ilhas).

O rei quis, naturalmente, que o caso não fosse esquecido. E alguém teve a arte de transformar tão hedionda história numa nursery rhyme, para incutir nas novas gerações o respeitinho-que-é-bom-e-a-gente-gosta (há outras mais inócuas).

A miudagem adora a efeméride, comemorada com fogos-de-artifício e fogueiras, nas quais é imolado um boneco que representa Guy Fawkes, e que as próprias crianças fazem com roupas velhas, jornais, etc. Há quem o exiba, antes da hora da queima, pedindo a penny for the guy. Quando vivi em Oxford, fizemos um boneco destes na escola e comemos batatas assadas enquanto o dito ardia. Que saudades...