Planalto das Cesaredas, Lourinhã, Portugal
Terra de passeios por entre pedras, de pão por entre pedras, de cavalos por entre pedras, de febras, de castanhas, de água-pé por entre pedras. Caminhantes às dezenas, por entre pedras, como numa procissão a santo nenhum, sem mais deus do que o prazer de andar, olhar, sentir.
Céu azul de encomenda, o Verão de São Martinho a proporcionar o constraste perfeito com o verde-escuro dominante e o cinzento - perdão, os cinzentos, pois que a gama é vasta - da pedra que aflora por toda a parte. Surge a meio de uma verda, encostada a uma casa ou no meio de um pátio onde os miúdos brincam e alguém teve a boa ideia de instalar luzes. Havemos de cá voltar.
Há quem diga que o caminho se faz caminhando e este abre-se-nos a cada passo, com vontade. Inflecte, às vezes, por um desvio improvável, uma descida até a um ribeiro com ancestrais estruturas hidráulicas, uma subida que nos deixa aos pés de um moinho eólico. No fim, o consolo do repasto, do convívio e uma sensação efémera, mas gloriosa: quem chegou até aqui pode chegar onde quiser.
2 comentários:
Muito bem escreves...porque não tentas um romance histórico???
Li esta semana o Equador - gostei e não gostei, deixou-me uma mescla de sensações, tem partes muito boas, outras um pouco ingénuas e talvez menos bem escritas, mas é um romance com fôlego e que se lê de fio a pavio, o que hoje em dia, já não há muitos. Estou com interesse em ler Rio das Flores.
Tenho pena de não guiar e de por isso estar limitada em espaço. Gostava de conhecer mais recantos de Portugal, mas os transportes são maus.
Na próxima semana - dia 1 - vou para Leeds e aí poderei eventualmente dar um salto aos Dales, Yorkshire, Cambridege, etc....:))
Bjo
Que maldade, Tia! A incitar ao pecado mortal da inveja tão perto de uma época santa... boa viagem, que seja tão verde como o meu passeio! Beijos.
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