quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Em que margem está qual de nós?


Jorge Drexler, Al otro lado del río
(do filme The motorcycle diaries, óscar de melhor canção 2004)


En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del río


Hás-de percorrer os cumes dos Himalaias (ou dos Andes, que importa?) numa motocicleta. Não dês tréguas ao acelerador enquanto não te pedir boleia uma borboleta qualquer, mas sabe de antemão que terás de puxar ao máximo por aquele sorriso (aquele!) para a persuadires a dar às asas. Se preciso for, exemplifica tu. Ela percebe.

Estarei atento ao teu erguer de sobrancelha, momento único para gritar "revolução" do alto de uma rocha ou abrindo de par em par uma janela enorme, com vista para uma ilha, numa casa onde não se entra sem ludibriar os cães. Ou assobia-me aquele trecho de Sérgio Godinho, mesmo que não seja terça-feira. Gosto quando és incapaz de gritar tanto faz...

Nada temas na hora em que os furacões ameaçarem Pequim, São Francisco, Lisboa ou Plzeň. Prevejo-nos a esbarrar um com o outro na esquina do Sequeira (onde te convidarei para um indiano de café na Versailles). Volta a falar-me da Lagoa do Fogo, dos teus filmes, e retorquirei que também eu gosto de estar, às vezes, pertinho do mar.

5 comentários:

CVD disse...

Às vezes gostava de ter uma banda sonora para alguns momentos da minha vida... para cafés na versailles ou para os gelados do Santini. Para uma estupenda manhã de surf, para um fim de tarde na praia, quando uma enorme carga de água nos apanhou a todos incautos e nos obrigou a procurar uma abrigo e uma conversa junto à ombreira de uma porta ...com uma risca azul!

Huckleberry Friend disse...

E houve pão quente e houve cerveja e houve travesseiros de Sintra. E não houve fogo mas havia fumo. E havia ondas mas não houve lá muito surf (hehehehe), mas esteve-se tão bem... beijos, prima!

M. disse...

que bonito,pedro

Sofia K. disse...

Olha, olha... o meu menino voltou a escrever e não me dizia nada! Que bonito!!! Já sabes que o indiano eu dispenso, mas um café na Versailles, quando queiras. Quanto ao sorriso e às asas, sempre! ;-)

beijos

Huckleberry Friend disse...

Obrigado, M. Beijinhos grandes.

Olha, olha quem voltou ao éter! Um beijo, amor!