Revivi ontem, num copo de vinho verde, a frescura de um champanhe e de umas flores que apareceram no hospital - provavelmente mandadas de outro - no dia em que a minha filha Helena nasceu. Voltei a ouvir a sua voz, como tantas vezes no Baleal (das cartadas à marcha popular, das picardias de bola e política aos rissóis do Verão passado), ao telefone, até no Facebook! Em dias felizes e outros menos, por entre confidências, disse-nos que gozássemos tudo, tudo, tudo. E pôs os outros à frente, até nas vezes em que tinha mais do que direito de pensar só em si mesma.
Não planeei um fim para este ninho, mas faz sentido mandá-lo desta para melhor, no sentido literal, na boa companhia de quem muito o frequentava e tão quentinho o tornou. Amiga Ana, fica consigo o agradecimento a todos os que passaram por aqui. Um beijinho e até sempre.
Marlène Dietrich, Au jardin de mes souvenirs (Moon river)
Nasceu há dias um novo blogue: Música, luar e poesia. É do mesmo autor de O espaço azul entre as nuvens (declaração de interesses: é meu Pai). O que vimos até agora agradou. Força, portanto. Dedico ao recém-nascido uma música de luar e poesia, versão francesa do hino não oficial do Codornizes.
Amália Rodrigues, Natal dos simples
O Nobel da Paz de Barack Obama está em discussão na edição deste mês do Courrier Internacional. Foi merecido? Terá influência na política americana, enquanto incentivo? Artigos da melhor imprensa internacional debruçam-se sobre este assunto.
A revista traz ainda artigos sobre o fluxo de trabalhadores portugueses para Angola, o êxito do bacalhau fora de portas, os 284 milhões de biquínis que o Brasil produz por ano, a disputa pelo 'ouro cinzento' (lítio) no Chile, o maremoto de Samoa, a cultura da Islândia e as divisões que persistem na ex-Jugoslávia. Fique a conhecer, ainda, a Universidade mais liberal da Arábia Saudita e a horripilante história do massacre num estádio da Guiné-Conacri, ordenado pelo Governo.
Na zona económica, leia um perfil de Joseph Stiglitz, o homem que a América não quiz ouvir a propósito da crise, e tente perceber porque se suicidam tantos funcionários da France Télécom. Nas ciências, destaque para os efeitos saudáveis da marijuana e a criogenização de óvulos. Sabia que o deserto do Sara vai ter uma central de energia solar? E que diferença fará, numa aldeia indiana, a introdução de casas-de-banho públicas?
Na área cultural, o sucesso dos Buraka Som Sistema e uma entrevista com a Nobel da Literatura de 2009, Herta Müller. E no campo da reportagem de fundo, a feira da ladra de Panjiayuan, a vida de Natascha Kampusch e o isolamento das colónias menonitas da Bolívia. A viagem é a Ometepe e os sabores falam-nos da groselha espinhosa. A fechar este número, os imperdíveis insólitos e um artigo do mayor de Londres, Boris Johnson.
A edição do Courrier que acabo de vos apresentar é a primeira desde que Anabela Natário foi substituída na direcção desta revista e na editoria internacional do Expresso. Grande jornalista e ainda melhor pessoa, vou sentir-lhe a falta no dia-a-dia, após os quatro anos e meio em que trabalhámos juntos. Os laços ficam, é claro, profissionais e de amizade. Para a vida. Como fica - para mim e para vós - a oportunidade de ler reportagens da Anabela, em breve, na revista Única. Estejam atentos, porque vai valer a pena.
Aos que entram para o Courrier (o director João Garcia, o editor Rui Cardoso, responsável também pela área internacional do Expresso, e o jornalista Hélder Martins), um abraço de boas-vindas e boa sorte.
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