quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

De súbito, num comboio entre Lisboa e Paço d'Arcos

Os homens, tocados por um extraordinário optimismo por uma feliz inconsciência, contraíam empréstimos de longo prazo - e não só os indivíduos, mas também os países, e, o que era mais espantoso, não só pediam como conseguiam empréstimos de longo prazo -, construíam casas grandes e pequenas, e, em geral, comportavam-se como se uma época dolorosa e terrível da história humana estivesse definitivamente encerrada e se seguisse outra em que cada coisa estaria no seu lugar, era possível lançar, de novo, projectos, educar as crianças, olhar para longe e, no fundo, ocupar-se cada um com o que relevava da esfera individual, de coisas simples, agradáveis e um pouco supérfluas.
Sándor Márai, A mulher certa

NOTA 1: O texto descreve a Europa de entre guerras.
NOTA2: A data na imagem é meramente indicativa do ano em que o mundo acordou para isto. Se alguém tiver previsões para o fim, é favor comunicá-las.

3 comentários:

anamoris disse...

Infelizmente a Humanidade não aprende nada com História. É triste, muito triste...
Temos de viver o dia a dia.
Beijos

CVD disse...

Sabes o que te digo??

Um sorriso na cara...alguma estupidez natural e um encolher de ombros e...Não há-de ser nada!

Huckleberry Friend disse...

Anamoris, dá raiva, não dá?

CVD, prima linda! Como eu te percebo... beijos.