sábado, 28 de fevereiro de 2009

Late tea at Tiffany's


Trailer original de Breakfast at Tiffany's (Boneca de luxo),
de Blake Edwards (1961)


Colmatando uma falha ancestral, estou a ver este filme, acidentalmente ligado à génese do codornizes, através de uma das mais bonitas canções que Hollywood deu ao mundo. Amanhã, começo a ler o livro de Truman Capote em que a fita se baseia. No entretanto, ouçamos Audrey Hepburn cantar...

Adoráveis, as legendas...

Há tanto mundo para ver
Procuramos o mesmo arco-íris
E à espera na curva
A minha amiga centáurea
O Rio Lua
E eu

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Courrier Internacional n.º 157


Estão à procura de boas leituras para o fim de semana? Está aí o Courrier Internacional, cujo tema de capa é, precisamente, a bondade. Um sentimento que a crise costuma colocar fora de moda, mas que ainda existe neste mundo cão, como poderão confirmar.

Mas a edição deste mês tem muito mais para dar: as reformas que simplificam o português, as salinas ressuscitadas do Algarve, a firma argentina onde os patrões foram substituídos pelos próprios empregados, o tráfico de órgãos na Ásia, as montanhas do Tirol (nova perdição dos russos ricos), as excentricidades de Houphouët-Boigny, pai da Costa do Marfim, as algas que podem salvar o mundo do aquecimento global, o amor do Vaticano pelos bispos que negam o Holocausto, o novo jornal americano que só publica textos de blogues e a revista inglesa que recupera o estilo dandy.

Comprem o Courrier, caríssimos (que maior acto de bondade para com este vosso amigo?) e fiquem a conhecer o patrão da Máfia indiana, o bode expiatório dos crimes de Abu Ghraib e o autarca romeno que concorreu à Eurovisão. Provem o âmbar-cinzento, uma iguaria gerada no intestino dos cachalotes, e leiam as memórias de um México psicadélico. Até breve!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Quarta-feira de cinzas

Pablo Picasso, Homem à lareira

Na cinza de uma lareira

Dorme a labareda fria.
Arde à nossa revelia,
Mas queima da mesma maneira.

Quando uma chama se apaga
É morte de pouca dura.
Renasce, ardendo em lonjura
Mal a Fénix sai voando.

Se uma lareira te afaga
É porque alguém está chamando

Toxofal de Baixo, 21 de Fevereiro de 1996
(Quarta-feira de cinzas)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Codornizes caçadas...

...por terem tido o azar de bater à porta do ninho errado. Foi o Google que as encaminhou para cá, mas o que procurariam, na verdade?

bar do guincho filipa
Belo bar, lindo areal, um paraíso nos raros dias em que o vento permite. Lembro-me, por acaso, de dizermos que aquela era a praia da Filipa, que em pequena era muito dada a soltar... guinchos!

codornizes de israel
Receio que o tempo actual seja mais de falcões...

el rey pasmado vhs rio de janeiro
Certo o filme de Imanol Uribe, errados o formato e o local. Vi-o em DVD, num loft da Calle Magdalena, em Madrid. Antes lera o livro de Gonzalo Torrente Ballester, uma delícia.

eu queria que o amor estivesse realmente nos corações
Didn't we all?

fotos de fiona shaw nua
Chiça! Que mau gosto!!!

guernica by disney
Já aqui se mostrou uma versão do quadro de Picasso, mas não da autoria do tio Walt. Dizem as más línguas que ele até simpatizava mais com a legião Condor...

le jardin secret de catherine deneuve
Ah, comme j'aimerais y aller!

música de campeonato futebol la..lala.la.la.lalalala.lal
Vamos la..lala.la.la.lalalalá cambada, todos à molhada... Cheira-me que com o Carlos Queiroz vamos ver a África do Sul por um canudo. Ou na SporTV.

música de john denver em homenagem a van gogh
Ai, que esta até doeu! É do Don McLean, pá!

o que faz 6 rapazes gay numa casa de campo
É lá com eles...

youtube a dança da lua geninha e ney
Gosto muito! Prometo trazê-la aqui um dia destes. Para já, fiquem com outras danças da lua.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Contador a cero, pero no por mucho tiempo...

Inunda-me a certeza de que as sextas-feiras 13 são dias de sorte. Na última que houve, parti para Madrid, de onde volto sempre com vontade de lá ter ficado. Talvez por isso nunca saia da cidade sem antes ter coligido pretextos para voltar. Esta vez não foi excepção, mas não revelo o que trago na mala. Aqui ficam, ao som da música, 13 apontamentos sobre o fim-de-semana que passou. ¡Hasta pronto, Madrid!


Clave de Folk, Adios, Madrid

Adios ilustres tabernas
Adios ricos bodegones



Plaza de Oriente
Francis Bacon, Henrietta Moraes (1966)
Paco Roncero, Tortilla del siglo XXI
Félix Vallotton, Desnudo sobre fondo amarillo (1922)

Parque del Buen Retiro
CowParade
La cure gourmande
Sombrería Casa Yustas
Plaza de Chueca
Bar La panza es primero
El Rastro (foto Alberto Salguero)
CaixaForum
Tarta de membrillo

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Y ahí vamos... ¡cero!

Madrid pode ser em todo o lado e todo o lado pode ser Madrid. Reggiani cantaria que Madrid n'est pas en Espagne, tal como Veneza não ficava em Itália). Eu não canto aqui, que canto mal, mas parto para a minha cidade ao som da música, que é língua universar a passar por trás da orelha de quem estiver para ouvi-la. A canção escolhida já andou por este ninho, num momento idêntico, mas os seus autores souberam adaptá-la a qualquer ponto do globo. Ora vejam, ora ouçam...



Mecano, Quédate hoy aquí (ao vivo em Barcelona, 1991)

Con tus orejas en las manos
Voy enseñándole a Van Gogh
Como mejora el resultado
Cuando lo hacen dos

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Se acerca el día... ¡uno!




Lua Extravagante, Lua de papel (de Carlos Salomé)

Quem disse que o amor é como o mel
Será que o céu é só estrelas
e que a lua é de papel

Penso que é como o limão
parte as feridas que me fazes
cá dentro do coração

Vou fazer uma viagem
para me esquecer de ti
Vou para Espanha, ai vou para Madrid...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vaya, un esfuerzo más... ¡dos!




Ketama, Vente pá Madrid

Lagrimas y lagrimas lloro
Porque aquí en Madrid esta lo mejor
Querido primo yo te digo
Vente pa’ Madrid

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

No desesperéis... ¡tres!





Ismael Serrano, Vuelvo a Madrid


Desde lo alto distingo,
entre un mar de luciérnagas,
mi pequeño barrio.


Hoje almocei bem


Orquestra de Câmara de São João da Madeira (dirigida por
Richard Tomes), Morgenstemning, do Peer Gynt de Edvard Grieg (suite n.º1, Op. 46)


Tanto assim foi que entrei na tarde com a mesma disposição com que o sol nasceu, com que alguém no quarto da frente acordou sem chorar e com que outro alguém mais perto ficou a dormir. Até à noite (pelo menos!) ninguém me pára...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sigue la cuenta atras... ¡cuatro!



Toots Thielemans, Winter in Madrid

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

La cuenta atras ha empezado... ¡siete!

Já falta pouco... o intervalo foi maior do que é costume, maior será a alegria de voltar. Madrid é sempre a mesma, é sempre outra. Mas desta vez vai ser diferente da anterior. E da vez antes dessa (que foi tão boa que inspirou a escolha musical de hoje). Não, agora é diferente. É outra coisa. Outra coisa bem melhor. Vámonos ya!


Ana Vega Toscano y Coro mixto de cámara,
El Madrid de Noviembre


El Madrid de Noviembre,
de hierro y fuego,
el que no admite yugos
de traicioneros

É uma canção dos que resistiam ao avanço do fascismo sobre a cidade, durante a Guerra Civil, entre Outubro de 1936 e Março de 1939. Está aqui pelo título, porque adoro Madrid em Novembro (sobretudo um certo Madrid num certo Novembro), mas também pelos sonhos, pela liberdade, pelo que está bem.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Não desgosto deste tempo


Quando chove e faz sol

estão as bruxas a fazer pão mole


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

De súbito, num comboio entre Lisboa e Paço d'Arcos

Os homens, tocados por um extraordinário optimismo por uma feliz inconsciência, contraíam empréstimos de longo prazo - e não só os indivíduos, mas também os países, e, o que era mais espantoso, não só pediam como conseguiam empréstimos de longo prazo -, construíam casas grandes e pequenas, e, em geral, comportavam-se como se uma época dolorosa e terrível da história humana estivesse definitivamente encerrada e se seguisse outra em que cada coisa estaria no seu lugar, era possível lançar, de novo, projectos, educar as crianças, olhar para longe e, no fundo, ocupar-se cada um com o que relevava da esfera individual, de coisas simples, agradáveis e um pouco supérfluas.
Sándor Márai, A mulher certa

NOTA 1: O texto descreve a Europa de entre guerras.
NOTA2: A data na imagem é meramente indicativa do ano em que o mundo acordou para isto. Se alguém tiver previsões para o fim, é favor comunicá-las.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O voo da codorniz (XXXVI)

Suomenlinna/Sveaborg, Finlândia

O frio e a chuva sugerem um saltinho a este complexo de seis ilhas (Kustaanmiekka, Susisaari, Iso-Mustasaari, Pikku-Mustasaari, Länsi-Mustasaari e Långören) ao largo de Helsínquia, a que os finlandeses chamam Suomenlinna (fortaleza finlandesa) e os suecos Sveaborg (fortaleza sueca).

Por lá andámos há quatro anos - já?! -, de visita à minha irmã Filipa. Foram dias de cachecol e luvas, dias de passeio com neve quase pelos joelhos e um frio delicioso. O barco que nos levou teve de quebrar o mar gelado, as fotografias saíam cheias de névoa e a temperatura corporal restabelecia-se com bifes de rena e sidra de pera.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dois anos!


Crosby, Stills, Nash and Young, Our house


I'll light the fire
You place the flowers in the vase
That you bought today

Staring at the fire
For hours and hours
While I listen to you
Play your love songs
All night long for me
Only for me

Come to me now
And rest your head for just five minutes
Everything is done

Such a cozy room
The windows are illuminated
By the evening sunshine through them
Fiery gems for you
Only for you

Our house is a very, very, very fine house
With two cats in the yard
Life used to be so hard
Now everything is easy
'Cause of you
And our
la la lala la la la lala la la lala lala la lala lala lala la la lala la la la la la

la la lala la la la lala la la lala lala la lala lala la lala