É o que o mundo anglo-saxónico chama ao dia a seguir ao Natal, e em que o campeonato inglês de futebol tem sempre jornadas históricas. Eis algumas explicações para o nome, que nada tem de desportivo:
- era o dia em que as pessoas davam caixas com presentes aos seus empregados (ou vassalos, nos tempos feudais);
- era o dia em que os empregados chegava ao trabalho com caixas para que os patrões lá deitassem moedas, como presente de fim de ano (tipo subsídio de Natal);
- era o dia em que era dada folga aos empregados que tinham de trabalhar no Natal e que, em compensação, levavam para casa caixas com os restos da consoada do patrão;
- era o dia em que se abriam, nas igrejas, as caixas de esmolas, para as distribuir pelos pobres;
- era o dia em que se apanhava a carriça, considerada rainha dos pássaros, para a colocar numa caixa, a qual entrava em todas as casas da aldeia, para dar sorte para as colheitas do ano seguinte.
Para mim, que nunca trabalhei num Boxing Day, a data significava ir a casa da Avó Gina almoçar restos do jantar do dia 25 e aproveitar para estar mais um bocadinho com os familiares de Coimbra e do Porto, já sem a lufa-lufa do dia de Natal propriamente dito. Havia a reunião dos tios para combinar as férias do Algarve para o ano seguinte e outros assuntos do género, momento solene que fazia rir os primos se alguém levantava a voz ou se outro alguém adormecia. Depois, íamos ao cinema. Às vezes voltávamos para mais restos.
Desde há uns anos, é a Tia Babita que acolhe este "Dia das Caixas". A família continua a reunir-se na versão integral, mas nos Reis e em local alugado, que ninguém tem uma casa tão grande! O dia 26 fica para os de Lisboa trocarem presentes com quem não viram a 24 e 25. Este ano, houve dois dedos de conversa à volta de caril de lentilhas, chacuti de galinha e chouriços picantes (ainda trouxe alguns tupperwares para casa), fotografias da viagem das tias à Índia (que inveja!), doces e queijos com fartura, gargalhadas e um pôr-do-sol lindo entre o Tejo e o Atlântico (depois de publicar esta entrada, descubro que o meu pai já tinha escrito sobre o mesmo assunto e posto no blogue dele uma fotografia do poente que referi).
Mas este também foi o primeiro Boxing Day da nossa casa. E se este nome ainda recorda os inúmeros caixotes que só no início do mês terminámos de arrumar, chegar aqui não deixa de ter um sabor a prova superada. A árvore de Natal (verdadeira, com raiz e vaso) não secou, os presentes recebidos para a casa já encontraram sítio, não falhámos nenhum entre os que demos, e aqueles que trocámos sentados no chão da sala acertaram na mouche. Foi Natal nesta casa, pelo que podemos seguir viagem para um Ano Novo entre amigos, à beira-mar. A quadra dura até aos Reis, mas os últimos cinco dias já ninguém nos tira... por isso mesmo, quebremos este tom algo sentimentalão com uma cantiga que nos faz rir de um Boxing Day menos afortunado.
- era o dia em que as pessoas davam caixas com presentes aos seus empregados (ou vassalos, nos tempos feudais);
- era o dia em que os empregados chegava ao trabalho com caixas para que os patrões lá deitassem moedas, como presente de fim de ano (tipo subsídio de Natal);
- era o dia em que era dada folga aos empregados que tinham de trabalhar no Natal e que, em compensação, levavam para casa caixas com os restos da consoada do patrão;
- era o dia em que se abriam, nas igrejas, as caixas de esmolas, para as distribuir pelos pobres;
- era o dia em que se apanhava a carriça, considerada rainha dos pássaros, para a colocar numa caixa, a qual entrava em todas as casas da aldeia, para dar sorte para as colheitas do ano seguinte.
Para mim, que nunca trabalhei num Boxing Day, a data significava ir a casa da Avó Gina almoçar restos do jantar do dia 25 e aproveitar para estar mais um bocadinho com os familiares de Coimbra e do Porto, já sem a lufa-lufa do dia de Natal propriamente dito. Havia a reunião dos tios para combinar as férias do Algarve para o ano seguinte e outros assuntos do género, momento solene que fazia rir os primos se alguém levantava a voz ou se outro alguém adormecia. Depois, íamos ao cinema. Às vezes voltávamos para mais restos.
Desde há uns anos, é a Tia Babita que acolhe este "Dia das Caixas". A família continua a reunir-se na versão integral, mas nos Reis e em local alugado, que ninguém tem uma casa tão grande! O dia 26 fica para os de Lisboa trocarem presentes com quem não viram a 24 e 25. Este ano, houve dois dedos de conversa à volta de caril de lentilhas, chacuti de galinha e chouriços picantes (ainda trouxe alguns tupperwares para casa), fotografias da viagem das tias à Índia (que inveja!), doces e queijos com fartura, gargalhadas e um pôr-do-sol lindo entre o Tejo e o Atlântico (depois de publicar esta entrada, descubro que o meu pai já tinha escrito sobre o mesmo assunto e posto no blogue dele uma fotografia do poente que referi).
Mas este também foi o primeiro Boxing Day da nossa casa. E se este nome ainda recorda os inúmeros caixotes que só no início do mês terminámos de arrumar, chegar aqui não deixa de ter um sabor a prova superada. A árvore de Natal (verdadeira, com raiz e vaso) não secou, os presentes recebidos para a casa já encontraram sítio, não falhámos nenhum entre os que demos, e aqueles que trocámos sentados no chão da sala acertaram na mouche. Foi Natal nesta casa, pelo que podemos seguir viagem para um Ano Novo entre amigos, à beira-mar. A quadra dura até aos Reis, mas os últimos cinco dias já ninguém nos tira... por isso mesmo, quebremos este tom algo sentimentalão com uma cantiga que nos faz rir de um Boxing Day menos afortunado.
Grandma got run over by a reindeer
walkin' home from our house Christmas eve.
You can say there's no such thing as Santa.
But as for me and Grandpa, we believe.
5 comentários:
Espero que o natal tenha sido bom***
Beijinhos sorridentes*
É caso para dizer... Foi Natal na nossa casa, Amor! (LOL)
A propósito deste-me uma ideia para uma entrada lá no teu precious.
beijinhos
Foi óptimo, por entre o luar. E olha que o luar tem estado feérico nesta quadra... por isso, um beijo tão sorridente como os teus.
Reina, espero para ver... mas lá que foi Natal, foi! E foi bom. Beijinhos da cor das luzes da nossa árvore.
Boxing day para mim também significa isso tudo que escreveste (porque será?). Este ano não houve o tradicional cinema mas foi um dia muito bem passado. O concerto à noite, mesmo com o Lux à pinha, foi muito bom. Foi pena não terem ido (desviados por uma tal de Clarinha!) mas mais concertos haverá! Grande abraço
Primo JoBill, faltei ao jazz porque antiguidade é posto e havia uma shisha para resolver... mas o Boxing day voltou a ter aquele sabor de outros tempos, que no fundo é também o que queremos para estes tempos e para tempos futuros. Abraço e Bom Ano!
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