Neblina no horizonte
Neblina no horizonte
Mar é céu e céu é mar
A espuma vem salpicar
Branca e neve como a neve
E eu não sei se é uma onda
Se é uma nuvem
Se é a esteira de um navio
Se é a Barca de Caronte
No horizonte
Que atravessa a neblina
Fina
Neblina no horizonte
É uma manta que o céu tece
O Sol não nasceu mas põe-se
E cá em baixo a gente esquece
Adormece
Neblina no horizonte
O farol está apagado
E ainda assim os barcos saem
E o pastor conduz o gado
É o seu fado
Lisboa, 17 Abril 1995
segunda-feira, 17 de março de 2008
Neblina no horizonte
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6 comentários:
Que linda...
Beijinho e sorrisinho chuvoso*
Obrigado, amiga. Já andei à chuva hoje e, fazendo jus ao ditado, molhei-me. Mas agora bate um solzinho sobre o Tejo. Beijinhos sorridentes!
Olá Huck,
Que esta neblina seja apenas de encanto e deixe a mostra um lindo horizonte para você.
Beijinhos.
Meu caro, pior é a Barca de Caronte.
Mas o poeta sabe onde a deve colocar.
Um abraço
mais um notável poema de um notável poeta. 1995? Notável mesmo.
Parabéns
Oi, Sammia! A neblina pode ser encantadora, de facto - e fazer-nos ver que nem sempre o céu é azul, mas que para lá das nuvens há sempre qualquer coisa. Nomeadamente, um horizonte de bonança após a tempestade. E por aí, como está tudo? Beijinhos!
Vieira Calado, na Barca de Caronte é melhor não pormos o pé, nem que seja pela tentação de experimentar. Não se conhece quem tenha conseguido ir e voltar... um abraço, poeta!
Miguel, um abraço amigo, apesar do exagero das tuas palavras...
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