… et les talus de gauche tiennent dans leur ombre violette les mille rapides ornières de la route humide. Défilé de féeries.
Jean-Arthur Rimbaud, Ornières (de Illuminations)
…e à esquerda os taludes guardam na sua sombra violeta os mil rápidos sulcos da estrada húmida. Desfile de maravilhas.
Sulcos (de Iluminações, tradução de Mário Cesariny)
…e as escarpas de esquerda resguardam na sua sombra violeta os milhentos sulcos de rodados da estrada húmida. Parada de irrealidades feéricas.
Sulcos de rodados (de O rapaz raro – poemas e iluminações,
tradução de Maria Gabriela Llansol)
sulco a areia que sitia as cidades para trás abandonadas
Al Berto, Morte de Rimbaud (de Horto de Incêndio)
nas areias do açúcar mascavado / do amor desenganado
Sérgio Godinho, Lamento de Rimbaud (de Domingo no Mundo)
Nota: Tirei a foto no Toxofal de Baixo
6 comentários:
Muito boa, esta homenagem que fazes a Rimbaud e aos nossos poetas que nele se miraram. Abraço!
Obrigado! Gosto muito de encontrar linhas (sulcos?) de continuidade naquilo que vou lendo. Por vezes encontram-se associações inesperadas, algo num livro que nos faz ir à estante procurar outro... acho que é a isto que chamam intertextualidade. Um abraço.
Grande Rombaud, com a frase que proferiu e que está no seu túmulo: par des delicatèsses j´ai perdu ma vie.
Boa colecção, Huck - como os Suylcos da Barbatana, que ainda repousam no meu computador, e que releio de quando em quando...
Saíu Rombaud mas é Rimbaud, claro...
E o Toxofal tem mais desta ou de outra poesia: é só escolher,nas mil propostas da natureza que lá poisou ou dentro das paredes largas da casa labiríntica.
Pai, perdoada a gralha no apelido de Jean-Arthur, devo dizer que não conhecia o epitáfio. Acho que é dos que faz pensar...
Miguel, a essa menção a um dos meus refúgis preferidos só posso responder com um sorriso comovido. O Toxofal, a casa, o campo são daqueles sítios onde o passado contamina o presente, mas que encaro, acima de tudo, como terra fértil para construir futuro. Um abraço forte.
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