terça-feira, 4 de março de 2008

No porto de Amesterdão

Recentes trocas de comentários neste blogue encheram-me de saudades de Amesterdão, onde perguntei à minha mãe, aos 8 anos, o que é que aquelas senhoras estavam a fazer nas montras... por falta de tempo, não me alongarei hoje em recordações das vezes que ali fui: eis duas versões de um clássico sobre aquela cidade, que é também título de um belo romance de Ian McEwan.


Jacques Brel, Amsterdam


David Bowie, In the port of Amsterdam

9 comentários:

miguel disse...

Nunca fui, desgraçadamente a Amsterdão. Ou aliás, estive na estação de comboios de Amsterdão, vindo de Paris, com um violoncelo às costas, em trânsito para Utrecht ( ali pertinho).

Portanto o que me lembro de Amsterdão é a sensação de pequenez ( literal) que senti. Chegado de Paris, onde apesar de tudo há gente da minha estatura, logo na estação pude perceber que há minha volta iriam estar verdadeiros e verdadeiras jogadoras de basquetebol com os quais estava destinado a conviver ( como convivi) durante 15 dias.

Gente pouco simpática mas de um profissionalismo e seriedade notáveis, os Holandeses.

p.s. - era jovem e passei, nessa altura pela cidade de Den Hagg, no caminho para Amsterdão. Vi que era uma grande cidade. Por sêer grande, estranhei não a conhecer , nem de nome, num país tão pequeno como a Holanda. Mais tarde ( bastante mais) descobri que Den Hagg e A Haia são a mesma coisa. São os caminhos improváveis do analfabrutismo!

Huckleberry Friend disse...

Caro Miguel: É bem bonita a estação de Amesterdão. Tem graça imaginar a cena que descreves e não era mau sabermos algo mais sobre os feitos desse violoncelo (o algeroz tem andado um pouco parado, não?).

Sobre os holandeses, é verdade que são altos (e altas, caramba, mas giras!). Mas olha que simpatia foi coisa que não faltou nas minhas passagens por lá. Só da primeira vez, a tal dos 8 anos, é que um segurança do Rijksmuseum rosnou ao ver-me tocar (literalmente) num quadro de Salomé com a cabeça de João Baptista. Retirei a mão timidamente, por entre ralhetes dos pais e a indignação dos transeuntes.

Não conheço A Haia, mas adianto-te que, além de Den Haag, os holandeses também lhe chamam 's-Gravenhage,que significa "bosque do conde". Um abraço para ti.

miguel disse...

Claro Pedro. E obrigado pela discreta correcção ortográfica : Den Haag e não Den Hagg. e já agora mais desculpas por um certo "livre arbítrio" ortográfico que vou cultivando nos comentários em blogues alheios. Onde escrevi, algures, " há" deve naturalmente ler-se "à". É mais pressa que ignorância, garanto!

abraço

Huckleberry Friend disse...

Caríssimo, a correcção foi discreta e inconsciente. Não reparei na gralha - nem no "há" por "à" - e, de qualquer modo, nunca me ocorreria pensar em ignorância em vez de pressa. Abraços.

Carla disse...

está na minha lista das próximas cidades a visitar, infelizmente ainda não a conheço. Fico-me pelo livro e pelas músicas que tão bem sugeres.
Beijos

Huckleberry Friend disse...

É daquelas a que gostaria de voltar, Carla, mas julgo que antes disso vou tentar percorrer algumas das que ainda não constam do meu currículo: Viena, Praga, Budapeste, Istambul, Berlim, Roma, Veneza... beijos e ainda bem que gostaste das sugestões.

purita disse...

a versão do brel tem cá uma força...

Mário disse...

Mais um lugar onde estivemos os dois - que nostalgia, filhote!
Lembras-te do restaurante medieval onde fomos: "Os cinco qualquer coisa...". Belo jantar!

Huckleberry Friend disse...

Purita, toda a razão. A do Bowie está aqui porque tenho esta mania de ouvir várias versões da mesma música... acho que amplia o quanto podemos disfrutar delas. Um dos meus músicos favoritos, Sérgio Godinho, é perito em fazer novas leituras das suas próprias canções. Voltando a Amsterdam, a versão que queria mesmo ter posto era a do mesmo David Bowie com a Ute Lemper. Mas não achei! Beijos.

Foi bom, pai. Foi mesmo muito bom. O restaurante medieval do primeiro dia chamava-se Vijff Vlieghen, que é como quem diz cinco moscas. Noutro dia jantámos num indonésio... Mas também houve aquela cena à porta da cervejaria da Heineken, em que pedimos a um tipo para nos tirar uma fotografia. Sem se dar conta das evidentes semelhanças físicas, tomou-nos por um casal gay e, embora estivéssemos na mui liberal Amesterdão, lançou-nos a máquina e afastou-se, murmurando impropérios...