Eis-me, pela penúltima vez (por agora!), a debitar discos que me marcaram (está quase, Marta!). Já cá faltava Reggiani, ao vivo como nunca tive ocasião de vê-lo. Em palco, dava asas ao talento dramático, gracejando e improvisando sketches. Actor de renome, diseur como poucos, começou a cantar depois dos 40 anos. E só parou quando morreu, no mesmo dia que Carlos Paredes. "Quando soubemos, ficámos sem dizer nada, ouvíamos as músicas dele, mas não cantávamos", recordou-me alguém, há tempos. Agora cantamos, cada vez mais alto. Esta manhã, trocámos versos desta canção linda, à qual Serge apunha, como prefixo, um poema de Guillaume Apollinaire:
Reggiani em public - Olympia '89, Serge Reggiani (Sous le pont Mirabeau/Et puis)
Reggiani em public - Olympia '89, Serge Reggiani (Sous le pont Mirabeau/Et puis)
Verdadeiro choque de titãs no que a música e poesia diz respeito, a entrega de hoje traz também "o capitão do mato / Vinicius de Moraes / Poeta e diplomata / O branco mais preto do Brasil / Na linha direta de Xangô, saravá!". Com Toquinho, o que não é despiciendo. O disco é lindo, só o tenho em vinil - é um de muitos - e sei as letras quase todas de cor. A bênção, poeta!
São demais os perigos desta vida, Vinícius e Toquinho (Regra três)
E terminamos com Rick Wakeman, pianista e compositor que aprecio quando não exagera no tom new age. Este álbum, que ouvi vezes sem conta num walkman, faz parte de uma trilogia: mar, campo e noite. Gosto de adormecer ao som destas árias ou destes ares (tradutore, traditore)...
Sea airs, Rick Wakeman (The sailor's lament)
Entregas anteriores: I, II, III, IV & V
6 comentários:
Reggiani SEMPRE!
T'as raison, mon amie!
Estas músicas que ficaram, ficaram também para mim.
Reggiani na memória para sempre; Vinicius e Toquinho, vi-os ao vivo no Teatro Villaret, no tempo da outra senhora, senhora essa que torcia o nariz a essa gente (Chico Buarque, Nara Leão, Maria Creuza e outros igualmente subversivos porque cantavam o amor de uma forma pouco própria); Rick Wakeman, confesso, já quase se me tinha perdido na memória não fossem os discos dos Yes em vinil, com aquelas capas fabulosas, que ainda guardo a sete chaves.
Um abraço
Ora viva, JG! Vieste aqui incitar-me ao pecado capital da inveja... Vinicius e Toquinho ao vivo, é jogo muito baixo (lol). A outra senhora, em cujos tempos não vivi, torcia o nariz a tudo quanto fosse bom... queria-nos "cantando e rindo", mas sem fazer onda. E estes que citas (que será feito da Creuza, que tem das vozes mais lindas do mundo, como aliás a Marília Medalha?) faziam ondas, fossem as de Itapoã, as de Ipanema ou as do amor, essa revolução permanente em nós.
Um abraço para ti e até breve.
ORa, está quase! :)
Aguardando ansiosamente pelo final!!
Pois é, mas agora não apetece acabar... está a ser giro fazer isto, obrigado por me teres desafiado. Beijinhos!!
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