terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Baú das codornizes (V)

Desço a Avenida da Igreja com os minutos contados para apanhar o comboio no Cais do Sodré. O mp3 vai debitando músicas que me dão energia e aceleram o ritmo do andar. No quarteirão entre a Acácio de Paiva e a Marquesa d'Alorna, porém, tenho de afrouxar a passada. Os auscultadores trazem-me Chim chim cheree e derreto-me. Mary Poppins foi o primeiro filme com legendas que vi no cinema. No Alvalade. E consegui lê-las.

A Poppins caiu-me no goto e ainda dele não tombou. Há dois anos, em Londres, fui com a mummy ver o musical (How very appropriate!). De vez em quando, ponho a banda sonora a tocar e acredito que uma colher de açúcar ajuda a engolir qualquer medicamento. Hoje, ao ouvir a música dos limpa-chaminés que dão sorte, fiquei a sentir-me supercalifragilisticoexpialidoso para o resto do dia. Daí a escolha do vídeo, a fazer companhia ao outro. Lá em baixo, em áudio, acrescentei Feed the birds, que é de fazer chorar as pedrinhas da calçada e que me fez passar a pente fino as escadas de Saint Paul's sempre que ali vou, à espera de encontrar uma velhinha a quem comprar alpista para dar aos pombos.


Supercalifragilisticexpialidocious

Feed the birds

Chim chim cheree

12 comentários:

Sofia K. disse...

É destas coisas que eu gosto em, ti, ou melhor dizendo, é também destas coisas... a ternura com que falas das maravilhas do mundo, das pequenas coisas que te fazem feliz! E não é preciso muito para nos fazer feliz...!

E porque eu adoro a Poppins e porque adorei receber um presentinho desse musical que não fui ver, uma t-shirt dizendo: practically perfect!

E depois não queres que eu ache que é mesmo verdade!

Periférico disse...

Um post verdadeiramente:"supercalifragilisticoexpialidoso";-)

Gostei destas paragens e irei regressar.

Um abraço

musalia disse...

o que eu gosto mais é da 'viagem' através do quadro, no parque. E do green park, também. e dos outros;)

foi bom recordar:)

addiragram disse...

Devíamos ter andado pelo mesmo cinema
na mesma altura! Custa tanto ver o "Alvalade" desaparecido. Brinquei lá
tanto ao Carnaval, daquele 2º balcão de onde se lançavam os sacos de serradura e não só...e as fitas.As recordações não nos largam.São a nossa companhia.

Anónimo disse...

Huckleberry, vim agradecer-te teres ido ao meu blog. Ainda bem que gostaste.
Já vi que és jornalista :-) A minha filha mais velha está a fazer Ciências da Comunicação - vertente de Jornalismo.
Acaba para o ano, mas quer fazer o mestrado lá fora.
Nem te digo! Cada dia que passa é um sufoco para mim porque aquilo que ela quer mesmo é ser repórter de guerra.
Está a fazer exame, neste momento, de relações públicas e multimédia.
Amanhã acaba o último exame. Vai defender, com o grupo de colegas, o trabalho que fez sobre o Zimbabwué.

Depois falo-lhe deste teu blog, ok?

Por agora, vou dar "uma volta pelo teu :-) Esta é a minha hora de recreio :-)

Beijitos, e, mal vá ao blog vou adicionar-te.
Mais uma vez, onrigada.
Temos uma amiga comum que é o máximo. Óbvio que falo da minha Marta!
Gente boa, mesmo!

Com todo o apreço,

Cris

SF disse...

O primeiro filme com legendas que vi no cinema foi o E. T., em 1982... andava na 1ª ou 2ª classe, e também consegui ler as legendas, apesar dos olhos banhados de lágrimas. snif, snif :(
Beijinhos

tcl disse...

hoje sem tempo para muito mais do que retribuir a visita... mas pelo pouco que vi, vou voltar. com mais tempo! beijos

Unknown disse...

Esta tua postagem me remeteu a memória de uma minha que fiz parecida. Um dia com meus fones de ouvido e um encontro com amigos da faculdade. Durante o percurso me sucederam coisas mágicas tal como esta de recordar-se de ilustrações do cinema.

Adorei Huck! Me recordou que tenho bons filmes aqui a ver hoje :)
Beijos para a Sofis querida.

Ps: Bruno adorou tua visita, acredito na retribuição. Abraços

Huckleberry Friend disse...

Sofis querida (forma de tratamento introduzida pela Sammia):

Claro que não é preciso muito para sermos felizes! Quem nos conhece sabe-nos mestres na arte de coleccionar coisas boas, por vezes minúsculas (sete caracteres de um sms, não, espera, só dois, lembras-te?), por vezes insólitas, aquelas nossas maluqueiras que não passam pela cabeça de ninguém. O difícil é, às vezes, conseguir ver os tais pouquinhos, as pequenas maravilhas que, somadas, constroem uma felicidade grande. Mas olha que estão quase sempre à mão de semear!

Há dias em acordamos vesgos e precisamos de procurar muito... e logo quando não apetece mexer uma palha! Quem quer pequenalmoçar travesseiros tem de tirar o rabo da cama às nove, quem quer ouvir Sérgio Godinho ao vivo sem ter bilhete - ou jantar perdiz num restaurante cheio - terá de ter muita lata, quem quer um beijinho tem de saber sorrir, quem quer ver as Descalzas Reales tem de ir n vezes a Madrid (quantas foram?), quem tem uma casa tem de arrumá-la, quem gosta disto tudo tem de mostrar que sim... tanta coisa, tanta coisa, e tanto, tanto mundo para ver!

É por isso que o nosso perfect tem sempre o practically à frente. Isso quer dizer que há falhas (como não, ao fim de quase um ano, ao fim de quase cinco?), mas é muitíssimo melhor do que ser theoretically perfect (blargh!). Adoro a minha nanny e exijo que saibas que isso é verdade!

Huckleberry Friend disse...

A todos os que comentaram esta entrada quero dizer que foram dosos-ali-expi-listic-fragi-cali-repus (vejam o filme com atenção e vão perceber).

Periférico, volta sempre, sempre! Abraço retribuído

Musalia, também adoro essa cena... sempre que vejo o filme (e vejo-o sempre que posso), fico a imaginar como seria se eles tivessem saltado para dentro de outro dos quadros do Bert. Um beijinho!

addiragram, tenho muitas saudades do Alvalade, até porque continuo a viver por aquelas bandas e a passar por ele todos os dias. Vi lá de tudo, da Turma da Mônica ao Robin Hood, com centenas de crianças em euforia... fica a saudade e a memória, é melhor do que nada ;) bjs

cris, não agradeças, que o prazer foi todo meu e hei-de repeti-lo. Se razões me faltassem para gostar do Claras, tinha aqui mais uma!
Se me permites opinar sobre o percurso da tua filha (claro que quero que lhe fales do blogue!), acho que faz muito bem em ter sonhos arrojados e em planear a forma de alcançá-los. Eu não me formei em Jornalismo, mas tudo o que aprendi antes da chamada "tarimba" foi-me ensinado no master en periodismo do jornal El País, em Madrid. Ir para fora, mesmo tão perto quanto eu fui, só faz bem.

SF, pelos vistos és uma cota! Qando saiu o ET eu não tinha idade para cinema ;) vi-o mais tarde, em VHS, e gostei, mas curiosamente nunca ficou no meu top... beijinhos, havemos de partilhar mais recordações dos eighties!

tcl, fico à espera, e entretanto vou dando umas voltitas pelo FALABARATA. Beijinhos!

Sammia, estamos tão longe e tão perto! Não nos conhecemos, mas partilhamos momentos inusitados e comoventes. É bonito! Beijinhos para ti, um abraço ao Bruno (cá o espero no blogue) e está descansada que dou à Sofia os teus beijinhos e muitos mais ;)

SF disse...

Cota???!!! Isto não vai correr bem para ti, cheira-me... GRRR!
Amiguinho, tenho 32 nos - SIM! - e gosto demais deles, leste bem???
Gosto ainda mais quando me dão 25... :P
Beijos, fedelho!

Huckleberry Friend disse...

Juro que nunca te daria mais do que 31 e meio ;) agora a sério, disseste tudo: os anos são o que fazemos deles e quem não encaixa bem na sua idade acaba quase sempre a fazer figura de urso... beijos, titia!