terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Mil rosas ou nem isso...

Dai-me rosas e lírios,
Dai-me flores, muitas flores
Quaisquer flores,
logo que sejam muitas...
Não, nem sequer muitas flores,
Falai-me apenas

Em me dardes muitas flores
Nem isso... Escutai-me apenas
pacientemente [quando vos peço]
Que me deis flores...
Sejam essas as flores que me deis...
[...]
Álvaro de Campos

La Oreja de Van Gogh, Rosas

NOTA: À Pat, que nunca se esquece deste primo, que tem o bom gosto de gostar de La Oreja de Van Gogh e, sobretudo, que sabe dar a volta por cima. Um beijinho!

14 comentários:

Sofia K. disse...

Diz nas etiquetas presente! São para mim? Obrigada!

A ideia da Bulhosa pôr sempre um poema nos embrulhos de livros é óptima, assim acabos sempre por receber dois poemas!

Quanto à música - nada a dizer... só a cantar! Bem alto!

beijinhos

Huckleberry Friend disse...

Não sei se a longa linha de rosas iniciada na Madragoa chega às mil, mas era bonito. Fica com uma deste molho, se arrebatas todas de uma vez não lhes dás valor (cf. Saint-Éxupéry).

E continua a cantar até Madrid de novo, até às mil rosas, até... inté! Besitos, más guapa!

Pat disse...

Circunda-te de rosas.
Ama...
Bebe...
e cala.
O mais é nada...

Pat disse...

No bailado de luz que nos envolve
Esta é a mais bela dança:
Em coreografia deslumbrante,
O carmesim ensaia nuanças,
Em liláses e azuis cambiantes.

Dos jardins da boa nova,
Rosas brancas em semente,
Esperam a luz da bondade,
P'ra desabrochar livremente
O suave perfume da caridade.

E sempre o sonho se renova,
Ao despertar de sublime prece,
Nos espaços, na individualidade,
Linda rosa branca transparece,
Norteando caminhos da verdade.

Ao divino amigo tudo comove!
Desd'a oração, simples e singela,
Dos corações 'inda adormecidos,
À poesia mais sublime e bela
Dos espíritos de luz reunidos.

A melodia da paz, em trovas,
Ilumine os corações enamorados!
São os mensageiros de todo amor,
Nas flores, canções, bailados,
Na seara do amigo semeador...

Marcia Elizabeth de Aquino

Huckleberry Friend disse...

Um conselho tão depurado devia ser fácil de seguir, querida prima "cota". Prometo tentar... e obrigado pelo poema, não conhecia o texto nem a autora. Beijinhos grandes!

Huckleberry Friend disse...

PS: Sofia, não é Bulhosa, é Barata! Beijos caros para ti...

Pat disse...

Querido primo, deixas-me quase sem palavras...
A vida é bela demais para se enterrar a cabeça na areia, portanto tento sempre ultrapassar os obstáculos que me vão aparecendo, mesmo aqueles que à partida são grandes demais, até para uma matulona como eu, mas como diz o Poeta "Tudo vale a pena se a Alma não é pequena". Em frente... sempre de cabeça erguida e com um sorriso nos lábios!
Beijo grande!

Pat disse...

Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,

Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.

Fernando Pessoa

Naikas disse...

Olá "primo" Pedro. Boas tardes. Embora por aqui, já deva dizer boa noite...

Começou apenas por ser uma visita às " Mil rosas ou nem isso...", mas devo confessar que tenho estado deliciado a visitar o Blog.

Está muito bom, com peças, literalmente maravilhosas.

Foi com muito prazer que visitei o ninho. Será com muito gosto que irei voltar ao ninho.

Um abraço

João Paulo Cardoso disse...

Belo Poema do Tio Álvaro de Campos aka Fernando Pessoa aka Ricardo Reis aka Alberto Caeiro aka Bernardo Soares.

Bem a propósito de heterónimos, o "Eldorado" chega ao post nº200 em plena crise de identidade.

Ler para crer.

Um abraço.

Huckleberry Friend disse...

Pat, dear: Uma coisa é manter a calma e não nos precipitarmos, o que é bom... outra é sermos parvos. Enterrar a cabeça na areia é sempre mau, mesmo que ajude a não ver algo de muito feio. O sorriso nos lábios, que por vezes teima em não sair, mas que os amigos teimarão em arrancar-nos (e conseguirão, a tempo!) é uma das maiores armas para os momentos de crise. Outra é a poesia, como bem demonstraste neste ninho. Beijo.

Naikas, bem-vindo à família e ao blogue. Vem sempre, visita, comenta, dá-me pancada quando for preciso. O ninho está aberto e retribui-te o abraço!

JP, como vês, chegas em boa hora: em hora de crise. Estou a brincar, falamos sobre como resolvê-las e andar para a frente, o que já é meio caminho andado para sairmos todos das crises que nos atormentam. Quando ao teu Eldorado, passei a preocupar-me menos quando decidiste não te tatuar. Vou lá dar um salto!

Por entre o luar disse...

Bonito=P

Também gosto de la oreja de van gogh...

Beijinhos sorridentes**

Maria del Sol disse...

Buenos días a la pareja siempre enamorada... e já agora a escolha da canção não podia ser melhor para homenagear o amor :)

Besos!

Huckleberry Friend disse...

Por entre o luar, um beijinho e um sorriso pelo gosto musical coincidente... e um presente para ti.

María, lo has visto todo! Besos para tí!