segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O voo da codorniz com Google Earth (XII)

Paris XVIème, França

O pequenino Hotel du Ranelagh foi o poiso que me calhou da última vez que fui a Paris, há sete anos e picos. Isto descontando uma passagem fugaz em 2006, só trabalho, mitigada por um pombo de cinco temperos num restaurante chinês fino e umas coquilles Saint-Jacques na Biblioteca Nacional. Neve à chegada. Companhia agradável. Passeios zero.

Quentinho, acolhedor, o Hotel du Ranelagh fica perto do rio. Coube-me o último andar, com vista para os telhados de Paris e, se não me engano, o cocoruto da Torre Eiffel. Para o outro lado, fica o jardim onde Serge Reggiani passeava nos últimos anos da sua vida. Soubesse-o então e teria ido tentar a sorte. Mas só o soube mais tarde, já morto l'italien, que nunca vi ao vivo. Talvez por lá dê uma volta, em jeito de peregrinação, se for à cidade-luz na Primavera. Prometo cantar Reggiani em altos berros, naquele ou noutro dos jardins de Paris, de braço dado com quem de direito, e que tanto gosto de ouvir cantar em francês quando se distrai e não nota que estou a ouvir.

Yves Montand, À Paris

NOTA: Findas as festas, as secções do codornizes voltam a ser regulares a partir desta semana.

6 comentários:

CVD disse...

Oh, primo e um fim-de-semana a 4 nessa que é das minhas cidades preferidas??
Sim, num hotel com vista sobre os telhados. Sim, a ouvir Reggiani e Aznavour e Moustaki, e a cantar desafinados e aos berros como tantas vezes fizémos... Sim porque se há coisa que adoramos desde sempre fazer é cantar... lembras-te dos gloriosos dias da radio barafunda?

vamos os 4 a Paris? vamos, vamos, vamos???

Sofia K. disse...

Oh não... essa do fim-de-semana ainda alinho, mas ouvir-vos cantar? Só depois de ter descoberto uma cassete dessa rádio é que descobri o tipo de 'primos' que tinha ganho... alucinados mesmo! Missa Lua? Ou Nua? Era algo assim, não era? As cantorias guardem para a vinda do Sr. Moustaki, em Maio, lá na primeira fila... ou para o Aznavour (com aquela idade, aposto que é o público que vai cantar tudo!) beijinhos prima
beijinhos Pê

Huckleberry Friend disse...

Ma petite Marie Claire, se há coisa que não tenciono fazer, ainda que a voz me doa, é deixar de cantar. Desafinado não, mas aos berros sim! E a Rádio Barafunda, brincadeira de infância, é também metáfora de muitas das voltas que a vida veio e virá a dar. Por Paris, por Alvalade, por Caxias? Ailleurs? O tempo o dirá...

Sofia, Paris sem cantar não dá. Também cantas, também desafinas, passa por aí o teu encanto... não queiras agora perdê-lo, ondine. No Aznavour treinamos, em Paris refinamos, no Moustaki temos tudo para triunfar. On verra...

Beijinhos para as duas ;)

CVD disse...

E viva a vida!! Lá estaremos a cantar " et pourtant, pourtant...!", o "Formi...formi...formi...formidable!", "Lá boéme!" e o "She..." que com aquele sotaque mete o Elvis costelo a um canto!

E depois no Moustaqui é para arrasar!!!

M. disse...

já viste o Paris,Je T'aime? recebi o dvd pelo Natal..e fiquei com vontade de deambular por paris, eu que nunca lá fui..
quanto ao sr aznavour, ensinaram-me os meus pais o seu charme, e quero tentar esticar o bolso pra o ver..Et pourtant..
Pourtant, je n'aime que toi
beijinho*

Huckleberry Friend disse...

Vi o filme com a minha mãe, M. E desejei ser cada uma daquelas personagens, viver cada uma daquelas histórias. Do mimo à miúda islâmica, do lobisomem à americana gorda, il y a tant de monde pour voir... também gosto muito de ti ;)