sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Courrier Internacional - edição de Março

Chegou hoje às bancas o n.º145 do Courrier Internacional, o segundo em formato de revista mensal. O tema em destaque é o aperfeiçoamento do corpo humano através da ciência: que promessas, que riscos? Mas também há uma viagem ao Iémen, muitas receitas de gnocchi e o relato da viagem da fuga da corte portuguesa para o Brasil, há 200 anos.

Aqua, Barbie Girl

Saudades da Horta

No dia 15 de Fevereiro de 1986, sábado, entre as 12h e as 16h, inesperadamente, aconteceu a maior tempestade deste século nos Açores, em que o vento atingiu velocidades de cerca de 250 km/h. José Henrique Azevedo fez fotografias durante e após a tempestade. As ondas atingiram alturas entre 15 e 20 metros e a rebentação das ondas chegou a atingir os 60 metros. Dois anos depois, querendo mostrar o acontecimento com mais facilidade aos iatistas, José Henrique passou duas das fotografias de diapositivo a papel. Descobriu então que no momento em que tinha tirado uma delas, se tinha formado, na rebentação da onda, uma figura humana (cabelo, olhos, nariz, boca e barba) dando-lhe o nome de “Neptuno na Horta”.

Texto publicado pelo Peter Café Sport - José Henrique Azevedo é o proprietário do bar, filho de José Azevedo "Peter" e neto de Henrique Azevedo, o fundador

Estive duas vezes na ilha do Faial. Deu para conhecê-la de lés a lés - embora fique sempre alguma coisa por ver... -, da paisagem lunar deixada pelo vulcão dos Capelinhos à florida Caldeira, passando por Flamengos, Espalamaca e Varadouro. E pelas igrejas e casas que um terramoto destruiu. Assisti, nesse porto seguro mesmo ao meio da rota do fim, a encontros de navegantes de latitudes distantes. Sentado no Peter's, a escrever postais, vi como um australiano enorme chamava, eufórico, pelo inglês que tivera a simpatia de nos emprestar parte da sua mesa, pedindo apenas em troca um postal escrito pela minha irmã. Não se viam há anos, estes amigos. E foi ali, frente ao Pico em permanente metamorfose e às pinturas que os barcos - também os deles, com certeza - vão deixando no molhe, que se fundiram num abraço há muito ansiado.


Simon and Garfunkel, The Boxer

Ficam duas canções: a que cantei, aos 12 anos, com outros quatro marinheiros de ocasião, percorrendo toda a extensão da marina da Horta, e a que explica na perfeição o que é esta terra, esta ilha, este bar de onde se sai esperando pela próxima vez.


Trovante, Peter's

O que dá ficar no MSN até tarde

A conversa começou por ser sobre música de hoje. Cedo evoluiu para géneros, marcos incontornáveis, Oceano Pacífico vs. Radar FM, o que é ou não comercial... é bom falar destas coisas, abrir os olhos e os ouvidos - vício meu, penso que saudável -, ver e ouvir coisas novas. Agora, explica-me só uma coisa: porque é que acabamos nisto e não na última maquete que faz sensação?

Nat King Cole e Natalie Cole, Unforgettable

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Como alguns vêm cá ter

As visitas ao Statcounter são sempre úteis para ver que tal anda o desempenho do ninho. Dá para ver quantas pessoas cá têm vindo, onde estão, que entradas preferem, quanto tempo cá passam. Mas também permitem saber através de que buscas os leitores vêm cá ter. Entre as mais recentes encontrei estas, vá-se lá saber porquê...

google earth. vá lá.
Comove-me o "vá lá", mas no codornizes não fornecemos esse programa. Usamo-lo todas as semanas, recomendamo-lo muito, mas quem quiser descarregá-lo terá de ir acolá.

lindinha
Creio que muitas já por cá passaram. Pessoas lindinhas, fotos lindinhas, músicas lindinhas, blogues lindinhos, sensações lindinhas e fiquemo-nos por aqui. Resultam da sorte que é andar por este mundo e do fado deste vosso escriba, que não consegue tapar os olhos, os ouvidos e outros poros.

mensagem de não vale a pena chorar
Esta não percebo e o que não vale a pena é procurá-la aqui. É claro que vale a pena chorar. Mal de quem não chora, bem de quem o faz quando é preciso e encontra algo ou alguém que @ console. O que há é motivos melhores e piores para o fazer...

moteis pavilhao atlantico
Ai, caramba! Não vivo muito longe e, embora vá ao Atlântico de vez em quando, estou longe de o adorar como sala de concertos (até para isso prefiro o Oceano do mesmo nome). Motéis ali à roda não conheço, só aqueles hotelões que esmagaram a linda Gare do Oriente. Posso, na melhor das hipóteses, dar dormida a amig@s quando for o Rock in Rio.

maria gurjao de moraes
Não faço ideia de quem seja esta senhora, mas apresento-lhe desde já os meus melhores cumprimentos.

kitsch piroso
Obrigado pela parte que me toca, que deve ser toda (talvez partilhada com o amigo Miguel).

chuc
Chuc para ti também!

el rey pasmado; covers
Adorei o livro, adorei o filme, mas acho que nunca os mencionei aqui. E juro que nunca me passou pela cabeça fazer um cover de nenhum capítulo ou cena dos mesmos!

Músicas que ficaram (I)

Respondendo ao desafio da Martini, o entusiasmo do costume resulta numa lista muito comprida. Para já, vai ocupar sete entradas, com três álbuns cada. Mas podia ser ainda maior e é possível que leve adendas póstumas. Eis uma selecção de discos que marcaram a minha adolescência. E, cortesia para o leitor, uma faixa de cada um deles. A ordem é alfabética, compreenderão a impossibilidade de ordenar estes monumentos...



Abbey Road, The Beatles (Because)

Madredeus - Guitar...
Ainda, Madredeus (Guitarra)


Brothers in arms, Dire Straits (Your latest trick)


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Falha imperdoável

Dou-me conta, passados quase dois meses, de que não incluí nesta entrada sobre filmes favoritos um dos que mais me marcou em toda a vida. Já o vi dezenas de vezes. Se chego a casa tarde e me ponho a fazer zapping, arrisco-me a perder horas de sono: basta que apareçam Marisa Paredes a fazer de Huma Rojo a fazer de Blanche duBois, Cecilia Roth na mãe que mais merece sê-lo, Penélope Cruz num papel que ainda não superou, Candela Peña irritante na justa medida ou a dulcíssima Antonia San Juan, que nos ensina ("tetas, cinquenta mil!") que "una es más auténtica cuanto más se parece a lo que ha soñado de si misma". Isso e Barcelona, imensa e amada. Ela e a música que acompanha toda a história, composta pelo brilhante Alberto Iglesias. Mas essa fica para outro dia, porque hoje escolhi a última faixa da banda sonora - uma canção linda do senegalês Ismael Lô, ao som da qual costumava adormecer nas noites algarvias de um ano longínquo.

Ismael Lô, Tajabone (da banda sonora
de Tudo sobre a minha mãe, de Pedro Almodóvar)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Recordando os nineties


REM, Shiny happy people

O voo da codorniz com Google Earth (XVI)

Quinta do Campo, Valado dos Frades, Portugal

In memoriam João Pedro Collares Pereira

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Late Sunday soundbyte (XI)

Tecnicamente já é segunda-feira, mas, para quem espreita a noite dos óscares, o amanhã vem longe de mais. Os soundbytes têm andado pouco assíduos, mas há que dar tempo ao tempo. É o que dizem os Morcheeba na canção cujo título fui buscar.
rome.mp3

Toda a gente

Keith Haring, Tuttomondo

She need not judge. There need not have to be a moral. She need only show separate minds, as alive as her own, struggling with the idea that other minds were equally alive. It wasn't only wickedness and scheming that made people unhappy, it was confusion and misunderstanding; above all, it was the failure to grasp the simple truth that other people are as real as you.
Ian McEwan, Atonement

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Fotos do fogo

Um alerta recebido a meio da semana teve o sabor que teria, neste sábado chuvoso, um raio de sol discreto sobre o mar, que o facto de estarmos ainda no começo da tarde aconselha a não pôr já de parte. O gesto - um simples "olha, está a dar na rádio uma coisa de que gostas", vindo de alguém com quem a vida nos leva a partilhar, de tempos a tempos, músicas, escritos e ideias - merece a resposta que se segue. Era desta que gostavas, não era?

Sérgio Godinho, Fotos do fogo

NOTA: Tirei esta foto no Baleal a 28 de Junho de 2003.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

...then we take Lisbon!

Tu também devias vir. Não ao Rock in Rio, claro, nem ao Atlântico - que decerto encherias, mas para o qual és mal empregado. Uma sala intimista, onde essa voz cava possa ir subindo como ar quente. Talvez mesmo a sala onde tanto te ouço, à lareira, noite dentro, sem saber se é dela ou da aparelhagem que me chegam as tuas canções... Ginginha, jeropiga, Baileys? Com que licor brindar à tua saúde? Com que versos agradecer tantas horas, por vezes só, por vezes na companhia de figuras que se tornam a tua Suzanne, a Marianne do adeus, a eterna Joana de Arc, ou mesmo cansados last year men? Quero-te cá, Leonard Cohen. Já assinei.


Leonard Cohen, First we take Manhattan

Ela vai!

Ela é Amy Winehouse e vai ao Rock in Rio, a 30 de Maio. O cartaz começa, por fim, a ganhar interesse. Recuperemos uma faixa do seu primeiro álbum, Frank.
Amy Winehouse, Know you now

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Blogues à quinta (XI)

Ofício diário

O que se pode esperar de um blogue cujo mote é "O poema de cada dia nos dai hoje"? Poesia, pois claro! A de Torquato da Luz vai aparecendo a um ritmo pouco menos que diário, e ainda bem: sabe bem ao visitante quotidiano reler duas, três vezes as suas composições. Tantas as leituras quantos os dias de intervalo e as mudanças de ventos e estados de espírito. Além do gostinho que há na incógnita de clicar para ver se o próximo já lá está.

São poemas depurados, raramente longos - e para quê, se lemos e está tudo ali? O amor, o tempo, a importância do pormenor, o não nos deixarmos estar... e muita, muita Lisboa. Palavras que quase vemos, sentimentos que se nos transmitem por osmose ou recordação, mesmo antes de olharmos para as fotografias e pinturas que acompanham cada entrada. E é tudo da autoria do mesmo homem, caramba! Visitem, pois o blogue (atenção aos comentários e à assídua resposta do poeta) ou então procurem o livro homónimo.

Passando em revista os últimos ofícios, temos, entre outros, uma madrugada de amendoeiras em flor, um desafio bem agarrado, o esquecimento como fatalidade, um esgar que doeu e a vertigem da espera que o amor causa. Fiquemos, pois, na vertigem de esperar o próximo poema de Torquato da Luz.

Contributo para a auto-estima do país

Este vídeo, que me mandou uma belle demoiselle, foi rodado em Lisboa. A música é audível, sem fascinar. Mas ver a cidade é sempre um prazer...


Christophe Maé, Belle demoiselle

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O que faltou no voo de ontem


Stéphanie do Mónaco, Ouragan

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O voo da codorniz com Google Earth (XV)

Mónaco

A chuva, o frio, o vento e o facto de a semana ainda ir na terça-feira levam a codorniz até à terra dos Grimaldis. Só queria um solzinho como o que lá apanhei certa vez, em Novembro. E outras coisas que por lá me foi dado ver, y compris, desculparão, o ócio e a futilidade.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Hay tanto mundo que ver

Pablo Picasso, Mujer en el jardín

Instalação de Sáenz de Oiza, Arco2008

Kokotxas de merluza

Terrace-bar Granados 83


Chocolateria San Ginés

Amedeo Modigliani, Nu recostado (1917)

Apetece-me inaugurar a semana com a música que inaugurou este ninho e com o verso que dele se tornou lema. Até porque encontrei uma versão na língua que ouvi e falei nos últimos dois dias - e que adoro. Há muito, muito mundo para ver, até nos sítios onde já fomos repetidas vezes. Prometo volver, Madrid!


Pedro José Sánchez Ramírez, Moon River
(da banda sonora de La mala educación)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Buen fin de semana!

Sarah Wimpering, Madrid windows

Desde Madrid, al Cielo
y desde el Cielo,
una ventanita para ver Madrid

Mais nada importa

Uma prima teenager vem mostrar-me uma música "muita gira" no mp3, de um grupo de que nunca ouvi falar (era gira, pois!). A inércia faz-me continuar de auscultadores postos e eis senão quando...

Metallica, Nothing else matters

Como não sorrir? Como não perceber logo que, forever trusting who we are, mais nada importa? Agradecido à Peanut pelo bálsamo musical, deixo-vos como bónus a sugestão musical que começou por lhe dar azo.

30 seconds to Mars, From yesterday

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Mea culpa

A Cris tem toda a razão: a minha selecção de palavras, além de assumidamente não cumprir as regras, não tem 25, mas 23 elementos. Freud ou quem quiser explicará porque ficaram de fora estas duas, que faziam parte da lista.
LIBERDADE

MANHÃ

Certos silêncios

O Bruno lembrou, e bem, como é bom ouvir o som do silêncio. Por já ter saudades de certos silêncios - ou melhor, dos silêncios certos -, por me apetecer muito voltar a Central Park, por gostar de quase tudo quanto esta dupla faz, cantem comigo...


Simon and Garfunkel, Sound of silence
(ao vivo em Central Park, 19 de Setembro de 1981)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O urso com música na barriga

O urso Paddington, figura pela qual ganhei carinho nos meses oxfordianos (ui, how posh!), espelha nesta entrada a minha satisfação por ter recebido um presente. Não veio da blogosfera, foi-me dado só a mim, entregue por um pombo-correio arisco. Não preciso de dizer o que é nem quem mo deu, apenas que gostei. É bom receber presentes. É bom dá-los. Que o faça quem tiver quem amar. E, já que abrimos com um urso, fechemos com outro, sonoro. Esta música lembra-me um livro que adorei quando era miúdo: O urso com música na barriga, de Erico Veríssimo.

Quero agradecer à Academia...

Qual quê! Quero agradecer é à Por entre o luar, de quem recebi o meu primeiro prémio bloguístico. Chama-se Prémio da Amizade e os direitos de autor, ao que parece, pertencem a este blogue, que não conhecia, mas que já ganhou direito a linque aqui no ninho.

Agora tenho de passá-lo a cinco blogues... ora, eu até tenho uma lista de ninhos amigos, e são mais de cinco, pelo que a escolha vai ditá-la o humor do momento. Cá vai disto, por ordem alfabética:

Clarinha
Luis Felipe
Martini
Miguel
...and my precious mandarine

Isto pede música, não acham?

Prima Pat volta a fazer das suas...

...e eu faço-as minhas. Claro que gostei. Beijinho grande!


Álex Ubago e La Oreja de Van Gogh, Sin miedo a nada

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Baú das codornizes (VI)

Foi o primeiro disco que comprei por direito próprio. Um vinil de 45 rotações, com versão instrumental no lado B. Fui buscá-lo à já desaparecida Valentim de Carvalho do Centro Comercial de Alvalade, com um cheque-disco que alguém me deu no Natal dos meus cinco anos. A música dos sapos, vulgo Pom-pom-pom, era uma perdição, estávamos sempre atentos ao Top Disco da RTP para ver quando passava o teledisco, até que conseguimos gravá-lo em VHS e, a partir daí, foi um fartote. O passeio nocturno do urso Rupert acabou por funcionar como ponte entre a música do tipo Queijinhos Frescos, Avô Cantigas e José Barata Moura para outras coisas de gente mais crescida.


Paul McCartney and the Frog Chorus, We all stand together

Win or lose, sink or swim
One thing is certain we'll never give in
Side by side, hand in hand
We all stand together

Play the game, fight the fight
But what's the point on a beautiful night?
Arm in arm, hand in hand
We all stand together

La la la la la la la la
Keeping us warm in the night
La la la la
Walk in the night
Youll get it right

Palavras

Não são 12 palavras, mas 24, porque o desafio veio da Sofia e da tcl. E não são 24, são 25, porque contei mal e agora não me apetece cortar nenhuma. Desta vez saíram assim. Se houver outra vez, veremos como saem...

Antes de irmos a elas, fica o desafio a 12 bloguistas. Dêem-nos 12 palavras vossas, para que a corrente se não quebre: Por entre o luar, María del Sol, Cris, Tangerina, Joana Roque Lino, Piedade Araújo Sol, Purita, Martinika, Toño, JP, Periférico e Rato do Campo.

AMOR

AZULÃO

BABUGEM

BOCA

CHOCOLATE

CIGARRILHA

DESENHO

EMBALAR

GOMO

JOELHO

LAREIRA

MÃO

MERGULHO

MIMINHOS

NOITADA

PALAVRA

PASSEIO

PRAIA

RISO

ROCHA

SAUDADE

TARTARUGA

TERRA

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Gramy Winehouse

Pouco tinha ouvido dela até esta madrugada. Vi pela primeira vez a entrega dos Grammies em directo e foi uma noite bem passada. Acho que gosto mais da voz de Amy Winehouse ao vivo do que em estúdio. Recém-chegada da rehab - e ainda bem, porque é tem talento de mais para morrer tão nova -, foi com a canção com esse título (e cuja letra rejeita a dita) que triunfou. Mesmo com um oceano pelo meio. Parabéns pelos prémios e por ambas rehabs.
Amy Winehouse na noite dos Grammies, Rehab

Chocalhar os ilíacos

Sempre que vem ao codornizes, a minha prima decana deixa comentários adoráveis. Os últimos deram-me vontade de saltar da cadeira, agarrar num par, fazer a vénia da praxe, deixar a menina conferir o carnet e, em bafejando-me a sorte, seguir para um salão de baile algures no Universo. Tal é a vontade de chocalhar os ilíacos que vou pôr aqui, acto contínuo, as músicas que a Pat sugeriu. E isto sem as ter ouvido, que estou num computador sem som. Já vi que uma é Backstreet Boys, de que sou praticamente objector de consciência, mas estou por tudo. Eiffel 65 não conheço, mas só para ti, querida prima - e como não há duas sem três - deixo uma terceira faixa que resume, embora não necessariamente no teu estilo (nem no meu, gaita!), as ideias que transmitiste. Beijinho grande!

Backstreet Boys, Everybody

Eiffel 65, Move your body


José Malhoa, Eu vou a todas

Chegou a hora de mover esse corpo agora

Diálogo à hora do almoço, entre um café e um copo de água:

- Olha lá, alguma vez foste ao Grémio Lisbonense?
- Não... e agora já fechou, não foi?
- Fechou, fechou... mas no outro dia deram uma coisa na televisão, via-se gente a dançar, e eu disse "Espera, conheço aquele!". Fiquei mesmo convencida de que eras tu. Ouve, era igual!

A conversa acabou com os sorrisos fáceis de supor. Ao Grémio nunca fui e até tenho pena. Se fosse no Teatro Dom Luiz Filipe, numa sexta-feira à noite, até podia ser eu a silhueta que alguém julgou reconhecer. Num curso apropriadamente chamado "Pés de Chumbo". A dançar sem pisar, quem diria? A aprender passos que não me envergonho de reproduzir fora das aulas, quem diria? A divertir-me à grande com a salsa e o merengue, à espera da valsa e do kizomba e já a adivinhar outros voos. Mas sem câmaras por perto, graças a Deus!

Eddy McLean, Azúcar (o bê-á-bá das nossas aulas)

A la izquierda, a la derecha
En los ojos, arriba en el pecho
Pa'lante
Aaaaaaaaaaaaaaaaaazúcar
Azúcar, yo tengo azuquita

O voo da codorniz com Google Earth (XIV)

Castelejo e Cordoama, Costa Vicentina, Portugal

Saudades do Algarve, muitas, da Praia da Luz de toda a vida à Vilamoura de amor recente, malgré soi-même. Ou melhor, de Sagres a Vila Real de Santo António, passando pela Costa Vicentina e por tudo o que ainda não conheço. Todos os anos, mais duas ou três praiazitas, aldeias ou xiringuitos descobertos como quem não quer a coisa. Pode ser de manhãzinha, só eu e uma pilha de jornais e revistas, ou em horários mais meigos e em melhor companhia.

O meu Algarve de miúdo - um dia falarei só dele - são agora vários, mas todos eles têm praias onde se pode andar à vontade no pino do Verão como no frio Inverno, sítios onde petiscar, fins de tarde ao ritmo do Martini a antecipar jantaradas sob as estrelas (ou empadas em frente à televisão) e noites que, com maior ou menor loucura etanomusical, acabam em areais ainda quentes para quem sabe meter a mão por baixo da camada que já arrefeceu.

Gosto do Algarve a um, a dois, ou a muitos. Em todas as estações. O voo de hoje é sobre Castelejo, porque me deu vontade de sentir as borboletas que me invadem a barriga ao descer de Vila do Bispo para a praia. Porque me lembrei de umas amêijoas regadas a vinho verde. Porque um dia, cedinho, fui ver o meu cunhado surfar. Por causa das fotos da Tia Bicas. Porque, porque, porque... porque tinha de escolher um dos meus cantinhos algarvios e foi neste que a codorniz se deteve!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Já me lembrei...

Era esta, não era? Um beijinho deep in your soul.


Kenny Rogers e Sheena Easton, We've got tonight

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Brava Bartoli

Só podia ter o nome da santa padroeira da música... deixou a Gulbenkian de pé ao fim de duas horas de recital, mais meia de encores - e estes não foram um favor ao público, antes um prazer a que se deu, e bem. Vinha mais bonita do que neste vídeo, de vestido vermelho e face rosada, e moveu-se com graça e discrição, acompanhada pela Orquestra de Câmara de Basileia. Obrigado Cecilia, pela harmonia que deixaste em mim. Obrigado, Cecília minha tia, pelo presente. Obrigado tias Caia e Qué, e amiga Dulce, pela companhia. Parto para o campo com mais música no coração.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

As melhoras


Ben Folds, Golden Slumbers (dos Beatles)

Golden slumbers fill your eyes
Smiles awake you when you rise
Sleep pretty darling do not cry
And I will sing a lullabye

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Para ti, lindinha

Secondhand Serenade, End

Quero dedicar - e não cantar, vejam lá que sorte! - esta serenata a uma amiga que não tardará a descobrir que é para ela (obrigado a quem deu a dica). Escolhi, de entre vários videoclips da mesma canção, o mais capaz de acordar um dos teus sorrisos: do mais aberto e contagiante àquele repentino e de olhos muitos abertos, tipo sei l-l-á, passando pelos muitos que usamos para colorir private jokes e confidências em praias e cidades. A sigla que fui o primeiro a conhecer, um pé que espreita entre degraus, batatas fritas a altas horas da noite ou vinho do Porto de manhã cedo, alcunhas e petit-noms, filmes com bichos que falam e um gelado ao fim da tarde que mais ninguém... O título da música é End, mas tu és das que sabe fazer de cada end um new beginning. Por isso, mas por tanto mais, gosto de ti. Inspirado na letra, acabo mesmo por cantar: I'll never let you drown, I'll never let you down.

Por isto vale a pena chorar

Por ouvir uma amiga cantar, deitei uma lágrima. Partilho a música convosco. Foi no mês passado, na Capela do Rato. Eu estava mesmo por baixo do coro, mas a voz da Ana parecia vir ainda mais de cima, lá de onde dizem que cantam as vozes que nunca tive a graça de ouvir. Obrigado, miúda. Por ora, basta-me a tua.

Ana Knapič, Amazing Grace
NOTA: A imagem é um pormenor de um quadro de Amadeo de Souza Cardoso

Consolo em A Coruña

Foto de SK, 4 de Fevereiro de 2008
Ver bem aproveitados, a dar a volta à marginal da cidade, os eléctricos que Lisboa desperdiça (são mesmo eles!).

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Às quatro e picos...

Um primeiro afloramento galego. É de há cinco anos e vale para os próximos cinco mil. Mas não como mero mote. Quando ouço dizer "as coisas resolvem-se", respondo: "Nós é que temos de resolvê-las". Tudo vale a pena se a alma não é pequena? Não se nos apequene a alma nos momentos grandes. Não apouquemos a dos outros e façamos por sarar as almas que ferimos. Como as praias da Galiza, que um dia vi cobertas de chapapote e estão agora lindas, graças ao esforço de muita gente anónima. A humildade aprende-se. É ela e não o orgulho que nos torna capazes de mudar o mundo. "Quoth the raven: nevermore". Só assim é sonhável o forevermore.