quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Primavera outonal

Um fruto irrompe, este Outono, do limoeiro da minha mãe. O sol dá-lhe as boas-vindas e comovo-me. Há quem chame a esta altura do ano a queda da folha (fall, como se diz em americano), e com razão; não assim este ano. O Verão, o verdadeiro, o que alguns dizem que não houve, parece, desta vez, querer estender-se até ao seu erszatz de São Martinho. Esse, que costuma servir apenas para nos consolar da humidade, do frio e do luto outonais, talvez se transforme num apogeu apolíneo. Tudo porque algures entre o fim datado desse Verão instituído e o dia em que escrevo, um limão nasceu, um sol decidiu não se render, o tempo das queimadas e da morte deu lugar a uma quasi-Primavera fecunda. I feel good...

9 comentários:

Mad disse...

Que amor de texto, Pedro. Vivam as coisas simples da vida!

Anónimo disse...

"Tudo porque"... esse tudo é muito, Pedro. É a natureza a rir-se dos calendários, já que ninguém a consultou para fazê-los. O limãozinho é a vitória do essencial, do eterno, sobre tudo o que é postiço.
Texto lindo e cheio de sensibilidade. Parabéns.

Beijinho

Anónimo disse...

Ainda pequeno, ainda verde, mas um limão, fruto de uma Primavera que rompe neste Outono... bonito, Pedro! Agora vamos vê-lo crescer! beijinhos

Anónimo disse...

Só para ti, meu amor...

Lemon curd

Ingredientes
4 limões (raspa e sumo)
4 ovos
125 g manteiga
385 g de açúcar

Preparação
Num recipiente que possa ir a banho-maria, misture a raspa e o sumo dos limões, o açúcar, a manteiga e os ovos já ligeiramente batidos. Com o lume no médio, mexa até a manteiga derreter, usando colher de pau ou batedor de varas. Baixe o lume e continue a mexer frequentemente até o creme espessar. Não é preciso ficar demasiado espesso, pois engrossará depois de arrefecer. Bastam 35/40 minutos ao lume. Está cozido quando o creme estiver brilhante e escorregar muito lentamente pelas costas da colher de pau. Verta o doce para frascos previamente esterilizados, feche, deixe arrefecer e guarde no frigorífico.

Anónimo disse...

Eu quero o OUTONO!
Quero acender a lareira e passar as tardes ao fogão a fazer doces, compotas e marmelada! Mas ainda está sol para ir à praia... e a minha costela de crocodilo ao sol não resiste! Qualquer dia chega o S. Martinho e ainda ninguém come castanhas!

beijinhos...

p.s. este ano também fazemos lemon curd... vai apanhar limões!

Anónimo disse...

Lemon curd é a minha compota preferida, de longe. Todos os anos faço alguns frascos. Engorda imenso, mas compensa tudo...

beijinhos e boas compotas

Anónimo disse...

Pois é, mi reina, lemon curd é algo que deveríamos acrescentar ao nosso portefólio. Até lá, talvez a madrinha nos mande um frasco... beijos às duas.

Anónimo disse...

Os ciclos anuais repetem-se, mas de cada vez há uma beleza própria irrepetível.
Cada limão é único e insubstituível, daí o seu sabor, que mesmo com alguns laivos amargos, nos refresca e parece devolver a vida.
Boa limonada!

Anónimo disse...

Também ficas convidado, old man!