Foi impressionante. Escandaloso. Pornográfico, até. E foi uma delícia! Das cornucópias (algumas ainda quentes) ao mexido dos anjos, passando por pudins de azeite, rabanadas, broinhas de gema e tartes de alfarroba (esta não acabei), pouco nos escapou. Ah, e também houve morgado de Beja e uma espécie de arroz doce com ovos moles.
A mostra de doces e licores conventuais que pintou de amarelo-torrado o Mosteiro de Alcobaça (que melhor cenário?) ocupava três salas, qual delas a mais aliciante. Bancas e bancas de doces, queijadas, bolos, bolachas e licores tentavam os gulosos. A atender estavam simpáticas figuras vestidas segundo a moda de há uns séculos, que sabiam vender o seu produto.
Foi daqueles dias em que dizemos: “Hoje é para a desgraça”. O facto de haver no grupo outros grandes entusiastas das barrigas de freira, lérias e brisas do Lis serviu de agravante: todos provámos do prato de todos, com avidez, com gula, com o prazer de um pecado capital praticado entre paredes sacras. Valha-nos a bênção de um cálice de Bénédictine, doce e fortíssimo, o trabalho purificador de um flute de espumante com licor de maçã e o bafo contundente de uma cigarrilha na noite gelada de Alcobaça. É para repetir!
A mostra de doces e licores conventuais que pintou de amarelo-torrado o Mosteiro de Alcobaça (que melhor cenário?) ocupava três salas, qual delas a mais aliciante. Bancas e bancas de doces, queijadas, bolos, bolachas e licores tentavam os gulosos. A atender estavam simpáticas figuras vestidas segundo a moda de há uns séculos, que sabiam vender o seu produto.
Foi daqueles dias em que dizemos: “Hoje é para a desgraça”. O facto de haver no grupo outros grandes entusiastas das barrigas de freira, lérias e brisas do Lis serviu de agravante: todos provámos do prato de todos, com avidez, com gula, com o prazer de um pecado capital praticado entre paredes sacras. Valha-nos a bênção de um cálice de Bénédictine, doce e fortíssimo, o trabalho purificador de um flute de espumante com licor de maçã e o bafo contundente de uma cigarrilha na noite gelada de Alcobaça. É para repetir!
14 comentários:
Se a inveja matasse eu já tinha caído fulminada, aqui no meio dos caixotes!
Mas ainda bem que não fui. Não resisto a doces conventuais, e qualquer dia estou uma camilha.
Pecados à parte, que a gula é dos que mais pratico...
Beijinhos
LOL, não posso, a da camilha é de mais! Chorei a rir, desculpa... mas olha, com o abundante exercício de halterofilia caixótica que andas a praticar, não seriam as 4600 caloriazinhas de um papinho de anjo a desfigurar-te a figura! E pecados? Tudo o que sabe bem ou faz mal ou parece mal!
Av, o que eu digo é que se a inveja matasse, eu já estaria mortinha... mesmo que fosse um gato e tivesse sete vidas... Mas neste caso é inveja de quem não pode ir... porque os quilinhos que ganhei... esses ninguém quer...
Pedro só te faltou dizer que conseguimos jantar... só salgados!
Boa descrição... eu já nem me lembro de metade... ah mas lembro das queijadas do Vitó!
beijinhos
Pois creio que tudo estivesse uma delícia... mas ah, esqueceram-se dainja. Aquele néctar vermelho rubro , licoroso, gotejante e de odor inconfundível... hum.. eu sou da região.... e escapou-se-vos a essência... para a próxima talvez.
Mas já agora, dou a dica, em Óbidos há uma tasquinha onde a ginja é mesmo ambrósia... palavra de escuteira...
Bjinho.
Já engordei, só de ler!
Mateso... não nos esquecemos não!Também bebemos, o menino é que se esqueceu de dizer! E qual é a tasquinha, já agora? Adoro o Ibn Errik Rex... será esse?
beijinhos
Carlota, Ana, Sofia: os quilinhos são fáceis de perder quando se tem em casa alguém que cozinha coisas óptimas com os ingredientes mais saudáveis... e ainda é mais fantástico quando essa miúda se adianta a esclarecer que sim, bebemos ginjinha e soube muito bem, Mateso! Espero que mi reina tenha acertado no poiso que recomendas, pois é o meu preferido, com aquelas garrafas invertidas a cair do tecto, a iluminação super aconchegante, a simpatia do dono... se não, também há o Petrarum Domus (lol, casa do Pedro!), que até uma ponte tem. E uma mesa de pedra onde sabem bem sentarmo-nos de costas para o aquecedor. Saúde!
Com que então em Alcobaça!
Mas a ginginha de Alcobaça, Mateso, não tem igual, nem mesmo nessa tasquinha de Óbidos.
tive pena de não poder ir, mas não teria comido mais nada do que Brisas do Lis e as cornucópias.
A inveja fica-me, também HF, mas pelas cornucópias ainda quentes.
Não havias trouxas de ovos, mas as de Alcobaça? batem todas as do país.
E eu nem sequer gosto de doces.
PUM.
(morri estatelada no azulejo piroso, com a língua meio metro fora da boca, sequinha que nem um carapau, a delirar com arroz doce a rechear cornucópias cobertas de ovos moles e ensopadas de ginginha)
Pois.. nomes é mesmo comigo.. uma coisa. Sei que é perto da igreja do lado debaixo.. é divinal.. e olha que eu sou dali. Peço perdão mas é melhor do que a de Alcobaça. Nada de Petrarum Domus... é um lugarzinho óptimo.
E já agora meninos vão ás Caldas comer umas trouxinhas de ovos no Machado. Fala quem sabe. Juro.
Bjs.
Pudim Abade de Priscos?
Enxarcada de Mourão?
Barriga de freira?
Ventre de frade?
Bof... é preciso que alguns se alambazem, para que os outros fiquem aguando. Até o São Pedro se babou, depois de três meses de seca!
Nada que um bom (grande) passeio de bicicleta não tenha posto na ordem. ;)
Todas as calorias acabaram mais do que queimadas, sendo apenas repostas por um delicioso arroz doce!!!
Abraço
Pois é, Marta, as minhas andanças são mais por Óbidos, mas a ginja de Alcobaça não desiludiu! Quanto às trouxas daquela terra, desconheço-as... mas vi lá uma caixa das das Caldas da Rainha que me obrigou a desviar o olhar para evitar prejuízo à carteira e ao fígado!
Mad, foi mais ou menos isso que aconteceu no meu estômago...
Mateso, vou averiguar na próxima incursão à vila das rainhas... do Machado sou cliente habitual!
Pai Mário, nada de agruras para quem não foi ao mosteiro... não lhe trouxe nada, porque também seguramente não chegaria a Lisboa intacto, tendo em conta a voracidade conventual deste seu filho e da respectiva.
Last but not the least, por agora, meu caro Ludgero: o passeio em velocípede merece entrada própria, mas não é cedo para se explicar a todos estes senhores que falam da minha gulodice que no dia seguinte pedalei 17-quilómetros-17 entre Toxofal de Baixo e a Praia dos Belgas, ida e volta, sem nunca ter levado a bicicleta à mão. OK, depois almocei espetadas de peru, bacalhau com coentros, o célebre ratatouille da miúda (vejam os dois linques) e arroz doce, tudo regado a bom vinho do Chile (terra fria, diz a Mad...)
Um abraço para todos!
Difama difama que amanhã não comes doces... eu não trouxe nada para ninguém porque... até cá estragava-se, arrefecia...
porta-te bem ou amanhã não há doce para ninguém!
Enviar um comentário