Já está. Fez doer os ossos, mas soube bem. O meu banho de Ano Novo (que às vezes, como desta, é de Ano Velho) foi no Baleal, num dia de sol a autorizar a manga curta, embora o mar fizesse jus à fama glacial que se lhe cola. Por entre surfistas de todos os tamanhos e idades, deslizava um caiaque aventureiro. Sem fato, só eu. Mergulho efémero, com passeio às Pedras Muitas como aperitivo, e um doce largartear ao sol, no pátio, como digestivo. A redenção final foi na banheira...
domingo, 30 de dezembro de 2007
Banho catártico
Já está. Fez doer os ossos, mas soube bem. O meu banho de Ano Novo (que às vezes, como desta, é de Ano Velho) foi no Baleal, num dia de sol a autorizar a manga curta, embora o mar fizesse jus à fama glacial que se lhe cola. Por entre surfistas de todos os tamanhos e idades, deslizava um caiaque aventureiro. Sem fato, só eu. Mergulho efémero, com passeio às Pedras Muitas como aperitivo, e um doce largartear ao sol, no pátio, como digestivo. A redenção final foi na banheira...
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Espírito da quadra (IX)
Partilho com o progenitor a perplexidade perante a figura de São José, quase tão inquietante como a de Caeiro diante da "pomba estúpida". Moustaki cantou-o como ninguém e Rita Lee fez este cover que vos deixo, para preencher o espaço azul entre as nuvens e este ninho.
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Depois da tempestade
Ao fim de uma data de anos, troco as uvas frescas por passas, que é como quem diz que a meia-noite do dia 31 não vai ser passada em Espanha, como de costume, mas em território nacional. Ou na 18.ª comunidade autónoma, como gosto de dizer quando o interlocutor é demasiado anti-hermanos. É um gosto voltar a contar as badaladas no Baleal... por fazê-lo em português? Também, mas, acima de tudo, por ser a minha terra, a nossa. Aquela cuja independência quisemos proclamar, certo Verão, elevando a ilha a Principado e anexando, à passagem, Berlengas, Estelas e Farilhões.
A verdade é que ligo pouco a fronteiras e sinto-me em casa em muitos lugares deste mundo. E se foi da água que mais tive saudades quando fiz de Madrid mi ciudad, ela não vai faltar durante os próximos dias, quer se espraie como um lago diante do terraço, quer ande revolta como neste vídeo que o Tomaz Bairros me enviou há tempos, quer caia do céu às bátegas como uma purificação antes do novo ciclo. Nesse caso, até pode vir acompanhada de raios e trovões. Que eu cá tenho aquecedores, chá e mantinhas e quem me console.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Boxing Day
- era o dia em que as pessoas davam caixas com presentes aos seus empregados (ou vassalos, nos tempos feudais);
- era o dia em que os empregados chegava ao trabalho com caixas para que os patrões lá deitassem moedas, como presente de fim de ano (tipo subsídio de Natal);
- era o dia em que era dada folga aos empregados que tinham de trabalhar no Natal e que, em compensação, levavam para casa caixas com os restos da consoada do patrão;
- era o dia em que se abriam, nas igrejas, as caixas de esmolas, para as distribuir pelos pobres;
- era o dia em que se apanhava a carriça, considerada rainha dos pássaros, para a colocar numa caixa, a qual entrava em todas as casas da aldeia, para dar sorte para as colheitas do ano seguinte.
Para mim, que nunca trabalhei num Boxing Day, a data significava ir a casa da Avó Gina almoçar restos do jantar do dia 25 e aproveitar para estar mais um bocadinho com os familiares de Coimbra e do Porto, já sem a lufa-lufa do dia de Natal propriamente dito. Havia a reunião dos tios para combinar as férias do Algarve para o ano seguinte e outros assuntos do género, momento solene que fazia rir os primos se alguém levantava a voz ou se outro alguém adormecia. Depois, íamos ao cinema. Às vezes voltávamos para mais restos.
Desde há uns anos, é a Tia Babita que acolhe este "Dia das Caixas". A família continua a reunir-se na versão integral, mas nos Reis e em local alugado, que ninguém tem uma casa tão grande! O dia 26 fica para os de Lisboa trocarem presentes com quem não viram a 24 e 25. Este ano, houve dois dedos de conversa à volta de caril de lentilhas, chacuti de galinha e chouriços picantes (ainda trouxe alguns tupperwares para casa), fotografias da viagem das tias à Índia (que inveja!), doces e queijos com fartura, gargalhadas e um pôr-do-sol lindo entre o Tejo e o Atlântico (depois de publicar esta entrada, descubro que o meu pai já tinha escrito sobre o mesmo assunto e posto no blogue dele uma fotografia do poente que referi).
Mas este também foi o primeiro Boxing Day da nossa casa. E se este nome ainda recorda os inúmeros caixotes que só no início do mês terminámos de arrumar, chegar aqui não deixa de ter um sabor a prova superada. A árvore de Natal (verdadeira, com raiz e vaso) não secou, os presentes recebidos para a casa já encontraram sítio, não falhámos nenhum entre os que demos, e aqueles que trocámos sentados no chão da sala acertaram na mouche. Foi Natal nesta casa, pelo que podemos seguir viagem para um Ano Novo entre amigos, à beira-mar. A quadra dura até aos Reis, mas os últimos cinco dias já ninguém nos tira... por isso mesmo, quebremos este tom algo sentimentalão com uma cantiga que nos faz rir de um Boxing Day menos afortunado.
Grandma got run over by a reindeer
walkin' home from our house Christmas eve.
You can say there's no such thing as Santa.
But as for me and Grandpa, we believe.
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terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Cais das Codornizes (VII)
A todos um Bom Natal, com a música When a child is born, cantada por Charles Aznavour, Plácido Domingo, Sissel Kyrkjebo e Josep Carreras, no codornizes, e pelo Saint Philips Boys Choir, no Cais.
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Cais das codornizes (VI)
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Solstício de Inverno
Ella Fitzgerald e Louis Jordan, Baby, it's cold outside
outras versões recomendadas: Elvis Costello e Anne-Sophie von Otter,
Kenny Rogers e Dolly Parton, Bing Crosby e Doris Day.
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Truta fresca da época
em Lá Maior D. 667 (A truta)
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
O voo da codorniz com Google Earth (XI)
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terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Justiça seja feita
Tinha-me esquecido desta. Também é linda.
Mafalda Veiga, Cada lugar teu ao vivo
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Sunday soundbyte on Monday (IX)
lume-soundbyte.mp3 |
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sábado, 15 de dezembro de 2007
Espírito da quadra (VII)
Por onde quer que ande no mundo, em qualquer altura do ano, procuro um concertozinho numa igreja. De um contratenor vietnamita em Saint Julien le Pauvre (Paris) a uma missa de negros baptistas em Lexington (Carolina do Sul), passando pelos Natais de Santa Maria del Mar (Barcelona) e Saint Martin-in-the-Fields (Londres), a música ouvida nestes templos dá ao ateu que sou uma paz que, paradoxalmente, me deslumbra e torna mais lúcido.
Sexta-feira à noite, foi em Lisboa, na igreja de Santa Isabel, pela mão das equipas de jovens de Nossa Senhora, com opípara ceia natalícia incluída. Que bom voltar àquele local de tantas memórias e encontros, da Lectio Divina do Padre Zé Manel às missas de homenagem à Tia Amelinha e ao Avô Dragomir, e vê-lo cheio de gente reunida para festejar o Natal.
Que alegria nos olhos do público e dos artistas (os adolescentes eram maioria), numa azáfama social e musical trepidante. Que boa selecção musical, entre o nacional e o estrangeiro, entre o religioso e o pagão. Que graça a do Pêu a orientar o coro, e que vozes a dele e a de outros, com destaque para a Xinha. Que bebé bonito o que estava ao colo da mãe que se sentou ao nosso lado. E que bem ladeado estava este vosso amigo, que teve a sorte de ter sido convidado de duas queridas amigas (obrigado, Ana e Filipa)! Houve mais música nessa noite e mais haverá até ao Natal...
Natal-elvas.mp3 |
Natal de Elvas, pelo Coral de São Domingos (Montemor-o-Novo)
Ó meu menino Jesus
Que tendes, porque chorais?
Deu-me minha mãe um beijo,
Choro por que me dê mais
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Blogues à sexta (IX)
Continuo voltado para blogues de gente amiga... qualquer dia esgotam-se, apesar dos muitos amigos que me apraz ter. O do Miguel Leal é criação recente: faz um mês na véspera de Natal. E é um retrato do seu autor: sensibilidade, modéstia e humildade, generosidade e capacidade de partilha, para usar as palavras do Manuel Teixeira, que recuerou neste algeroz uma secção que deixou saudades no extinto blogue do Baleal, no qual o Miguel também intervinha, no registo que em bora hora ganhou morada própria.
O blogue propõe-se escoar a angústia dos dias e reter tudo o resto que vale a pena ser retido - e olhem que cumpre. E o que retém este algeroz, nascido com o nome Desenterrem-se os mortos e rebaptizado em minha casa, por obra do acaso e de uma conversa paralela entre o Teixeira e o Rodolfo Knapič? Espantos, experiências, privilégios, paradoxos... música pirosa (como todos os que temos coração) e a poesia do quotidiano. Observador finíssimo, o Miguel fala com decoro das suas coisas e das coisas do mundo. Exemplo da sua afectividade é o facto de ter os blogues de amigos classificados não por título, mas pelo nome de quem os faz.
Vamos à ronda pelo blogue: uma dose de energia matinal a que eu chamei café e o Miguel cerveja gelada, uma piscadela de olho à ilha mais linda do mundo, berço da nossa amizade e coisas giras sobre vários Natais. Talvez devesse haver mais mensagens visíveis em cada ecrã. Por agora são sete, sugiro dez. E abraço fraternalmente o Miguel pelo prazer de ler este blogue.
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Os quatro cabeleiras do após-calipso
O título desta entrada foi, se não me engano, o nome dado em português ao filme A hard day's night, dos Beatles. Mas só o pus aqui por gozo. O assunto que trago tem um título mais simples: Love. É a recriação pelo Cirque du Soleil de uma série de músicas dos Fab Four, com a colaboração de Paul e Ringo e das viúvas de George e John. George Martin, um dos vários candidatos a "quinto Beatle", tratou dos arranjos com o filho Gilles.
Vasculharam Abbey Road de alto a baixo, encontraram faixas não incluídas nos álbuns, misturaram sons e saiu um disco belíssimo, que tenho ouvido muitas vezes em viagem. Que deleite!, tentar descobrir de que música vem cada sample e redescobrir uma paixão de há muito... ontem, a RTP2 fez o favor de passar um documentário sobre Love a horas decentes. Estejam atentos, que eles costumam repetir. Se não, consolem-se com esta amostra.
NOTA: Isto só podia ser dedicado ao Tiago. Mas a Teresa (aqui e aqui) leva menção honrosa.
Espírito da quadra (V)
A música óbvia, cantada pelos bonecos da Walt Disney.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
Espírito da quadra (IV)
Larry the cable guy a cantar músicas de Natal. Um bocado avacalhado, mas algumas têm graça...
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O voo da codorniz com Google Earth (X)
Maçãs
Atrás dessas telhas quentes
Há uma manta de retalhos
Com que te quero cobrir
Se a meu lado te deitares
São fazendas são hectares
Que o Sol e a chuva submetem
São dias que se repetem
Num ritmo que não se usa
No pulsar de uma rajada
No brotar de uma colheita
Que, Deus deixando, há-de vir
Antes da data passada
Antes que o tempo que impera
Traga outra Primavera
Traga outro campo de azedas
Para o gado com placidez
Ruminar num devaneio
Atrás do telhado onde a gata
Dorme sem credo nem dono
Há poesias à espreita
E há maçãs verdes à espera
Que alguém sedento de um seio
Lhes vá provar a acidez
Que nessa manta difusa
Tudo tem a sua vez.
Lisboa, 27 Janeiro 1996
domingo, 9 de dezembro de 2007
Sunday soundbytes (VIII)
chestnuts.mp3 |
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Etiquetas: frank sinatra, música, natal, soundbytes
Espírito da quadra (III)
Música de Natal no tom pacífico de um fim de tarde de domingo.
Barbara, Joyeux Noël
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Há-de vir um Natal
Ladainha dos póstumos Natais
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
David Mourão-Ferreira, in Cancioneiro de Natal
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sábado, 8 de dezembro de 2007
A 8 de Outubro este blogue era assim
Perry Como - Moon ... |
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Um poema com dez anos...
...mas que ainda não morreu. É para os leitores do codornizes, que a meio desta noite chegaram aos cinco mil. Parabéns a vocês!
Eu em Valmitão (foto de SK, Outubro 2007)
Contra o poente
Na tarde em que me procuro
a luz bate em janelas ociosas
e há um rio
Como num quadro onde não quis que me pintassem
as elegias tornam-se porosas
e dou-me conta de que o traço é azul
Rumor nas águas
respondem-me às falácias com vertigens
e enchem-me o olhar de curvas em perfeito movimento
como acácias
são sustos nesta ilha que às vezes sou
como eucaliptos
Às vezes eu queria que o tempo não passasse
durmo em céus fragmentados de Monet
entre ocres térreos, nuvens férreas, sons que alguém produz
cresce-me um querer ficar
um deixar-me ir
e um sol mais lento, que este já se pôs
Lisboa, 6 de Março de 1997
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Blogues à quinta (VIII)
Mais um blogue espanhol, mais um blogue de um amigo. Luis Felipe Torrente recolhe o que outros vão deixando pelas paredes de Madrid e não só. Cartazes, graffiti, inscrições, divisas ou desabafos sobre fundo de betão ou tijolo povoam este espaço divertido. A actualização não é diária, mas de vez em quando vêm uma data de entradas em catadupa.
O vol d'oiseau habitual revela-nos uma fuga à rotina para homenagear o Turner deste ano, uma carta ao futuro, dois cartazes vintage de um bairro que conheci melhor com o ilustre blogueiro, um alívio lisboeta e heresias como esta e mais esta.
Jornalista da televisão Cuatro, apreciador de boa comida, bons copos e bons livros, o autor deste blogue gosta muito de Portugal e o português ibérico que sou também gosta muito dele. Un abrazo, Luis!
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Peso
Baú das codornizes (IV)
Santa Claus, the Movie (1985)
Vi este filme em Oxford, há mais de 20 anos. É delicioso. Claus e Anya são um casal que costuma entregar presentes aos miúdos pobres da sua aldeia. Vão num trenó puxado por renas e tudo se passa no século XIV. Apanhados por uma tempestade de neve, salva-os da morte um grupo de elfos liderados por Dudley Moore. E assim nasce o Pai Natal. Ah, e a Mãe Natal, sem a qual...
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Cais das codornizes (V)
When it snows, ain't it thrilling,
Though your nose gets a chilling
We'll frolic and play, the Eskimo way,
Walking in a winter wonderland
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Espírito da quadra (II)
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
O voo da codorniz com Google Earth (IX)
pode já não haver banhistas de roupão
mas há a montanha e o fim que não se vê
ou este canto, uma toalha no muro e o resto do sol
posso já não te encontrar na Nazaré
mas há o norte todo e as bolas de Berlim
ou desmentir a noite para que um dia não chores
podem ser quartos rooms e espalha a roupa
mas há vezes sem pressa em chambres zimmer
ou sobremesas de manga e a manga na mesa porquê
podemos não saber nada deste chão
mas há falhas com a textura do teu pé
ou o sítio das pernas que a arriba não poupa
pode não dar jeito ser permeável às cores
mas há o mar todo para salgar dom fuas
ou não dá para ser roupinho e ficar a ver de cima
podes já não saber bem ao que vim,
mas há de novo as pernas e quero-te nas duas
ou entra no mar e veremos que onda te engole
domingo, 2 de dezembro de 2007
Sunday soundbytes (VII)
It's beginning to ... |
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sábado, 1 de dezembro de 2007
Amor na voz
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sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Cais das codornizes (IV)
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Blogues à sexta (VII)
Long Play! Banda de covers
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
De Agosto a Novembro
In the garden, Autumn is, indeed the crowning glory of the year, bringing us the fruition of months of thought and care and toil. And at no season, safe perhaps in Daffodil time, do we get such superb colour effects as from August to November.
Rose G. Kingsley, The Autumn Garden, 1905
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Promessa cumprida no momento certo
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Não vai parar?
Aimee Mann, Wise up (da banda sonora do Magnolia)
It's not
What you thought
When you first began it
You got
What you want
Now you can hardly stand it though,
By now you know
It's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
You're sure
There's a cure
And you have finally found it
You think
One drink
Will shrink you 'til you're underground
And living down
But it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
Prepare a list of what you need
Before you sign away the deed
'Cause it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
So just... give up
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Sagrada Família
O movimento ascendente das torres
(Como o teu corpo, e tudo, não tem rectas).
Agosto 2005
Poema a lembrar um de muitos périplos espanhóis, enquanto espero pelo próximo e já anunciado, do qual prometo à M. trazer frutos galegos ao som do Mar adentro.
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segunda-feira, 26 de novembro de 2007
O voo da codorniz com Google Earth (VIII)
Já aqui estiveram? Em que circunstâncias? Gostaram? Os voos da codorniz, à segunda ou à terça neste blogue, pretendem suscitar a partilha de histórias de viagens. Vamos a isso?
Cabo de Gata, Espanha
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domingo, 25 de novembro de 2007
Sunday soundbytes (VI)
sitting.mp3 |
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sábado, 24 de novembro de 2007
Fim-de-semana em Lisboa
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Ainda os mortos de ontem
Fernán-Gómez no documentário La silla de Fernando,
de Luis Alegre e David Trueba (ouçam também isto, que vale a pena)
La solitude, letra e música de Barbara,
coreografia de Maurice Béjart
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A mão no meu corpo
A mão no meu corpo
esquerda?
avança-me direita, faz
descentrar o coração
para que fique mais longe da cabeça
A mão no meu centro
tua?
toca-me a minha paz
arranca o coração
para que fique mais perto do teu estômago
A mão no meu dentro
qual?
desenha a silhueta de um rapaz
sem coração
para que fique alguma fome em ti
Novembro 2000
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Blogues à quinta (VI)
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Duetos no céu
30-31 Julho 2007 - Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni (uma sarabanda au delà des nuages);
21-22 Novembro 2007 - Fernando Fernán-Gómez e Maurice Béjart (corpos em movimentos de rotação e translação, com a voz cava do espanhol a declamar).
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Apetece-me brindar sem saber bem a quê
Cin cin con gli occhiali, de Herbert Pagani (1968)
Cin cin dai noi siamo speciali,
portiamo gli occhiali, dai vieni con noi.
Cin cin dai il mondo è di tutti,
dei belli e dei brutti, è nostro se vuoi.
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quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Baú das codornizes (III)
Bryan Daly, Postman Pat
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terça-feira, 20 de novembro de 2007
I want to ride it where I like
Queen, Bicycle race
(...)
Bicycle races are coming your way
So forget all your duties oh yeah!
Fat bottomed girls they'll be riding today
So look out for those beauties oh yeah
(...)
À Sandra, ao Ludgero, ao Tiago, ao Ricardo, à Fernanda, à Cidália, seis camaradas com muita pedalada. À Teresa e à Sofia Knapic, à Fernanda, à Filipa, à Marta e à Gina, pelo almoço. E ao Miguel, que não esteve neste passeio, mas foi noutros, e com quem ouvia esta música quando era miúdo.
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Carta cantada
Para a Sofia não ter saudades. Descansa, que o nosso carteiro não há-de morrer tão cedo.
NOTA: Depois de publicada, esta entrada tornou-se parte de um "Cais das Codornizes" involuntário. Aqui, pusemos a tocar uma versão de estúdio. Já o meu cais preferiu ouvir Moustaki ao vivo.
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O voo da codorniz com Google Earth (VII)
Do Toxofal de Baixo à Praia dos Belgas, Portugal
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Baú das codornizes (II)
O título da última entrada merece ser explicado. Era a primeira linha, em português do Brasil, desta canção deliciosa do Bambi. Não encontrei essa versão, pelo que vos deixo com a original, Little April showers, para podermos entrar na noite singing in the rain.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Pinga, pinga, pinga chuvinha...
Mariza, Chuva
Do mosteiro, em tom de confissão...
A mostra de doces e licores conventuais que pintou de amarelo-torrado o Mosteiro de Alcobaça (que melhor cenário?) ocupava três salas, qual delas a mais aliciante. Bancas e bancas de doces, queijadas, bolos, bolachas e licores tentavam os gulosos. A atender estavam simpáticas figuras vestidas segundo a moda de há uns séculos, que sabiam vender o seu produto.
Foi daqueles dias em que dizemos: “Hoje é para a desgraça”. O facto de haver no grupo outros grandes entusiastas das barrigas de freira, lérias e brisas do Lis serviu de agravante: todos provámos do prato de todos, com avidez, com gula, com o prazer de um pecado capital praticado entre paredes sacras. Valha-nos a bênção de um cálice de Bénédictine, doce e fortíssimo, o trabalho purificador de um flute de espumante com licor de maçã e o bafo contundente de uma cigarrilha na noite gelada de Alcobaça. É para repetir!
domingo, 18 de novembro de 2007
Sunday soundbytes (V)
girl.mp3 |
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sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Página 161, desta vez em lume brando
2. Abra o livro na página 161.
3. Na referida página procure a 5.ª frase completa.
4. Transcreva na íntegra para o seu blogue a frase encontrada.
5. Passe o desafio a cinco blogueiros.
Blogues à sexta (V)
O mito de celofane ou Toto, I've a feeling we're not in Kansas anymore
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Lar, doce lar
Going home é a última faixa da banda sonora original de Local hero, um filme dos anos 80. Recomendo a fita e a banda, que é de Mark Knopfler. E dedico a música à Ana Lobo da Costa, uma global hero que gosto de saber que gosta de estar em casa. E já agora, ao som da guitarrada, podemos ler este poema de António Ramos Rosa...
Casa de sol onde os animais pensam
erguida nos ares com raízes na terra
ampla e pequena como um pagode
com salas nuas e baixas camas
casa de andorinhas e gatos nos sótãos
grande nau navegando imóvel
num mar de ócio e de nuvens brancas
com antigos ditados e flores picantes
com frescura de passado e pó de rebanhos
ó casa de sonos e silêncios tão longos
e de alegrias ruidosas e pães cheirosos
ó casa onde se dorme para se renascer
ó casa onde a pobreza resplende de fartura
onde a liberdade ri segura
in Voz inicial, 1960
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Cais das codornizes (II)
A voz da Daniela lembra as tardes de Verão, ao pôr-do-sol, num pátio virado à Berlenga... a versão do Pedro e do Chico recorda os últimos serões românticos e algumas danças de princípio de noite.
Quando não tinha nada eu quis
Quando tudo era ausência esperei
Quando tive frio tremi
Quando tive coragem liguei
Quando chegou carta abri
Quando ouvi Prince dancei
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quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Manhã emersa
Elton John, I need you to turn to
Gosto da música deste gajo. Gosto desta em particular. Gostei da última vez que a ouvi. E de outra, no banco de trás de um carro, em viagem, com todos a cantar.
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quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Mortadelo y Filemón
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terça-feira, 13 de novembro de 2007
Poppy day
Papoilas de papel polvilham, esta semana, os campos e as cidades do Reino Unido e de outros locais do mundo. O Dia da Recordação foi anteontem, mas não será o atraso a impedir que o assinalemos aqui. Foi à 11ª hora do 11º dia do 11º mês de 1919 que foram honrados, pela primeira vez, os mortos da que então se chamava apenas Grande Guerra, e que ainda não fora ultrapassada em horror pela de 20 anos mais tarde.
Tenho especial carinho por este emblema, que não uso há muitos anos, mas a cujo significado me associo. Foi mais uma coisa que ficou das paragens que ilustrei no último voo da codorniz... impressiona ver todos os anos, diante do Cenotáfio de Londres, as lágrimas vertidas pelos veteranos, em número cada vez menor. O dinheiro da venda das pequenas flores que todos põem à lapela revertem a favor dos feridos e incapacitados da guerra.
A papoila passou a ser símbolo de paz por causa de um poema escrito pelo médico canadiano John McCrae (1872-1918), que esteve na frente belga. Foi composto em 1915, em homenagem ao seu amigo Alexis Helmer, morto em combate. É bonito. Ei-lo.
In Flanders Fields
In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.
We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved, and were loved, and now we lie
In Flanders Fields.
Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders Fields.
Cais das codornizes
Nasce hoje uma rúbrica interblogueira - o cais das codornizes. A ideia nasceu a propósito da música Tes Gestes, que o meu cais e o codornizes publicaram em duas versões. Nesse dia, ouvimos Georges Moustaki e Serge Reggiani. Hoje, o cais volta a Moustaki e Barbara canta no codornizes. A música é La ligne droite Esperem por mais duetos...
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