Mostrar mensagens com a etiqueta mimos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta mimos. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Espírito da quadra (VI)

Hoje vou ver os meus três manos na festa de Natal do colégio.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Espírito da quadra (V)

Comecei ontem a escrever os meus cartões de Boas Festas. É uma epopeia anual a que cada vez menos gente se entrega, mas que dá um gozo enorme. Escolher a caneta (nunca esferográfica!), deitar-me no tapete da sala, procurando um poiso abrangido pelo cone de influência do termoventilador (noutros anos foi à lareira, no Toxofal) e cuidar a caligrafia em textos breves, mas pensados para cada amigo. Manuseio com a destreza possível a lista de destinatários, a agenda e os postais propriamente ditos. Ouso antever o sorriso nos lábios de quem abrir cada envelope selado com cuidado (com selos a sério e não aquela etiqueta ordinária da estação de correios), tento adivinhar quantos vão responder... e espero placidamente pelos postais que vierem, pelo Natal, pelos presentes, pela felicidade que desejo para os outros e para mim.


A música óbvia, cantada pelos bonecos da Walt Disney.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Peso

As estátuas de reis e nobres da Plaza de Oriente, em Madrid, foram pensadas para adornar a cornija do Palácio Real, ali ao lado. A ideia foi abandonada devido ao seu peso: percebeu-se, mas só mais tarde, que era excessivo. Podiam cair e matar alguém que ali passasse. Acabaram por ir para o jardim e lá estão, em pedestais de onde têm menos hipóteses de cair. A não ser que alguém adormeça num daqueles bancos de pedra durante um terramoto (longe vá o agoiro!), podemos considerá-las inofensivas. Embora o improvável não seja impossível, claro.

Baú das codornizes (IV)


Santa Claus, the Movie (1985)

Vi este filme em Oxford, há mais de 20 anos. É delicioso. Claus e Anya são um casal que costuma entregar presentes aos miúdos pobres da sua aldeia. Vão num trenó puxado por renas e tudo se passa no século XIV. Apanhados por uma tempestade de neve, salva-os da morte um grupo de elfos liderados por Dudley Moore. E assim nasce o Pai Natal. Ah, e a Mãe Natal, sem a qual...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Espírito da quadra (II)

Os enfeites de Natal apaixonam-me. Sempre adorei fazer a árvore de Natal (abeto natural, perdoem os ecologistas), em tempos com os meus pais e a minha irmã, mais tarde com primos mais novos, depois com mais irmãos e este ano, pela primeira vez, numa casa que é minha. Nossa. E que tem três árvores de Natal: uma a sério, uma de armar que era da minha bisavó e uma insuflável!

Formidável metamorfose a desse esqueleto verde, que começamos por enredar num fio de luzes (sem música irritante, por favor). As bolas, sinos, estrelas, anjinhos, renas e Pais Natais pendurados nos ramos nunca foram, lá em casa, de uma só nação. São testemunhos de viagens, trabalhos escolares ou domésticos, presentes de amigos ou objectos cuja origem já se perdeu. Dizem lindamente uns com os outros.

Há, depois, a coroa para pôr na porta. Recomendo as da Isabel florista, do mercado de Arroios, com pinhas, castanhas e azevinho. A nossa deste ano é menos artesanal, mas muito divertida, com um boneco feito dessa neve que nos falta. Finalmente, encanto dos encantos, as luzes e velas espalhadas pela casa por mão amorosa e o calendário do advento, com chocolatinhos para ir comendo até ao grande dia.

PS: Já publicada a entrada, reparo que alguém colou sinos e flocos de neve em feltro na porta da redacção onde trabalho. E sorrio.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Espírito da quadra (I)

Na mesa de Natal há sempre - e não está a mais - um prato das filhoses. Mas o Natal também é ocasião para celebrar o oposto do prato das filhoses: aquelas pessoas que estão sempre onde é preciso quando é preciso.

O voo da codorniz com Google Earth (IX)

Nazaré, Portugal

O voo desta semana leva-me a uma falésia escarpada que vale a pena subir, galgando degraus incontáveis ou vencendo o medo que dá o ranger do funicular. É uma terra linda, que as hordas do fim-de-semana tornam inóspita sem lhe roubar beleza. Mar fero. Um perfil desenhado contra o pôr do sol. Ou, mais atrás na memória, saudades de arrastar duas cadeiras até uma pequena varanda de cal, muito perto do Sítio, e de ficar horas à conversa com a anfitriã, sem quase pudor. Um poema dessa altura:

Nazaré

pode já não haver banhistas de roupão
mas há a montanha e o fim que não se vê
ou este canto, uma toalha no muro e o resto do sol

posso já não te encontrar na Nazaré
mas há o norte todo e as bolas de Berlim
ou desmentir a noite para que um dia não chores

podem ser quartos rooms e espalha a roupa
mas há vezes sem pressa em chambres zimmer
ou sobremesas de manga e a manga na mesa porquê

podemos não saber nada deste chão
mas há falhas com a textura do teu pé
ou o sítio das pernas que a arriba não poupa

pode não dar jeito ser permeável às cores
mas há o mar todo para salgar dom fuas
ou não dá para ser roupinho e ficar a ver de cima

podes já não saber bem ao que vim,
mas há de novo as pernas e quero-te nas duas
ou entra no mar e veremos que onda te engole


Toxofal de Baixo, 18 de Novembro de 2000

sábado, 1 de dezembro de 2007

Amor na voz

As promessas são para cumprir... serve isto para dizer que, como anunciei, o codornizes tem a honra e o prazer de apresentar a voz e o talento de Ana Knapič. Também ela uma promessa que queremos ver cabalmente cumprida na música portuguesa, na vida, no amor. A canção é Palpite, composta por Adriana Calcanhotto, mas também cantada por Vanessa Rangel e Ana Carolina. E, já agora, por Ana Knapič!
Nota: O Natal instala-se no codornizes... entrou pelo cabeçalho, mas vai chegar à música, às imagens e aos textos. Aceitamos colaborações e sugestões. Boas festas!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

De Agosto a Novembro

In the garden, Autumn is, indeed the crowning glory of the year, bringing us the fruition of months of thought and care and toil. And at no season, safe perhaps in Daffodil time, do we get such superb colour effects as from August to November.
Rose G. Kingsley, The Autumn Garden, 1905

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O voo da codorniz com Google Earth (VIII)

Já aqui estiveram? Em que circunstâncias? Gostaram? Os voos da codorniz, à segunda ou à terça neste blogue, pretendem suscitar a partilha de histórias de viagens. Vamos a isso?

Cabo de Gata, Espanha

Foi ao nascer do sol que me deixei enfeitiçar pelo Cabo de Gata, ou no Cabo de Gata. Eram oito da manhã do último dia do ano passado e a luz dava às rochas escuras um tom de cobre. A tentação era grande de nos deitarmos para trás, sobre a pedra, permitindo que nos penetrassem os raios amarelados daquele Inverno... só que a beleza da luz não aquece e a terra ainda estava fria, pelo que foi de dentro do carro, chauffage ligada, que tentámos adivinhar o que pensaria o Mediterrâneo. Depois da feia Almería, este finis terrae deu-nos ânimo para percorrer toda uma costa. Depois de Ronda e Gibraltar, com macacos assanhados e tudo, o ar sevilhano foi testemunha de um mergulho de cabeça num daqueles anos que mudam uma vida. Ou duas.

sábado, 24 de novembro de 2007

Fim-de-semana em Lisboa

Pôr do sol do dia 7 de Novembro de 2004,
visto da cozinha da minha mãe

Às vezes sinto-me descurar a cidade. Por mais que precise do banho de alma que são os fins-de-semana no campo, faz bem namorar Lisboa sem ser ao ritmo do metro e do autocarro.

Gosto da minha casa. Foi ela que ensinou a um madrugador inveterado, desses que não suportam o peso de um tecto e quatro paredes enquanto há sol lá fora, que o sol também é bom visto de dentro, que a janela torna mais intenso o seu beijo numa face. Acho que nunca vou deixar de acordar cedo, e a pulsão do ar livre vai continuar a ser mais forte, mas de quando em vez gosto de me deixar seduzir por uma manhã entre quarto, sala e cozinha, café à discrição e discos pedidos.

Lisboa merece ser passeada. A Avenida da Igreja aqui ao lado, porção de ADN que se me colou desde a casa dos pais, na Rio de Janeiro, e que manteria ainda que vivesse nos antípodas. Uma caminhada até à Versailles ou, porque não, à Baixa, onde teria estado hoje não fora a preguiça... depois, há bairros como Marvila, Bica, os Prazeres a descer para Alcântara, o eixo Lapa/Rocha do Conde de Óbidos/Santos-o-Velho, em que ninguém pensa à primeira quando pensa em passear. E jardins - mormente o da Gulbenkian, mas também o Amália Rodrigues, no alto do Parque Eduardo VII, o da Estrela e até, malgré soi-même, o Campo Grande, onde o Avô Quim nos levava.

E o rio? Um brunch na Delidelux, um esticão do Terreiro do Paço ao Restelo (um pulo às tias), ou trepar ao Castelo e tomar um mojito no Bar das Imagens ou no Chapitô. Ou então virar o espelho ao contrário e ir ver Lisboa da Outra Banda: estou há séculos para conhecer o Cais do Ginjal e tenho um brinde prometido no Porto Brandão. Sem esquecer a Linha, para onde aponta, hoje, o meu cata-vento... bom, hoje e todos os dias, pois é lá que trabalho, e felizmente consigo disfrutar disso. E a outra linha, a de Sintra, chá na Raposa e travesseiro na Piriquita (e o comboio para a praia, com os miúdos, que não passa do próximo Verão).

Um fim-de-semana em Lisboa é isto, e pode ser tudo o resto. Noitadas de copos a ouvir boa música (são dois links) ou a dançar sem pensar em nada, mais tempo para os amigos, programas culturais aos montes (que bom ter alguém que nos sublinha a Time Out de uma ponta à outra, para não deixarmos de ver coisas bonitas!) e, em breve, as feirinhas de Natal de que tanto gosto.

Um fim-de-semana em Lisboa, em navegação solitária ou de mãos dadas, é um poema de amor à minha terra.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Apetece-me brindar sem saber bem a quê

E embora não perceba a letra toda da canção, tenho a certeza de que é a esta alegria que quero erguer o meu copo.


Cin cin con gli occhiali, de Herbert Pagani (1968)

Cin cin dai noi siamo speciali,
portiamo gli occhiali, dai vieni con noi.
Cin cin dai il mondo è di tutti,
dei belli e dei brutti, è nostro se vuoi.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

I want to ride it where I like

Um raio de sol atrevido dá-me vontade de voltar atrás no tempo... quem me dera que o passeio de bicicleta estivesse ainda a começar!



Queen, Bicycle race

(...)
Bicycle races are coming your way
So forget all your duties oh yeah!
Fat bottomed girls they'll be riding today
So look out for those beauties oh yeah

(...)

À Sandra, ao Ludgero, ao Tiago, ao Ricardo, à Fernanda, à Cidália, seis camaradas com muita pedalada. À Teresa e à Sofia Knapic, à Fernanda, à Filipa, à Marta e à Gina, pelo almoço. E ao Miguel, que não esteve neste passeio, mas foi noutros, e com quem ouvia esta música quando era miúdo.

Carta cantada



Para a Sofia não ter saudades. Descansa, que o nosso carteiro não há-de morrer tão cedo.

NOTA: Depois de publicada, esta entrada tornou-se parte de um "Cais das Codornizes" involuntário. Aqui, pusemos a tocar uma versão de estúdio. Já o meu cais preferiu ouvir Moustaki ao vivo.

O voo da codorniz com Google Earth (VII)

Mais uma secção a tornar-se menos fixa... Os voos descolarão, doravante, à segunda ou à terça, conforme o vento. O de hoje até é a uma zona ventosa, por isso acompanhem-no com cuidado. A ideia, nunca é de mais recordar, é dizerem-nos o que vos sugere a paisagem.

Do Toxofal de Baixo à Praia dos Belgas, Portugal

Sobrevoo o itinerário e não quero crer... pedalei mesmo 17-quilómetros-17, com subidas e descidas, sem levar a bicicleta pela mão uma única vez? Assim foi. O passeio organizaram-no bons amigos, naquela que viria a ser a última manhã de sol do Verão até então imorredouro. O grupo compunham-no sete magníficos, entre eles o menos desportista dos vossos amigos (enchanté!).
Chamo-lhe passeio, não prova ou corrida, porque foi esse o ritmo a que pedalámos. A apreciar as cores das fazendas do Toxofal, o vale do Paço, a vista da Serra d'El-Rei para Baleal, Peniche e Berlenga... houve momentos de cumplicidade a dois ou a três, lado a lado em estradas menos movimentadas, num fluir de recordações, confidências e amizades antigas e recentes. O breve périplo pelo areal deu para inspirar a fundo e com tempo o ar que nos ia entrando, durante o trajecto, pelas narinas muito abertas.
Regresso tranquilo, já com um sentimento de missão cumprida e, no íntimo, o alívio de ver que o impossível nem sempre o é, que há caminhos alternativos (especulámos tanto, tanto!), que a aventura do mar ao fundo emociona tanto como o calor do regresso ao campo.
À chegada, esperava-nos um almoço de reis, cortesia dos que não pedalaram. Espetadas de peru grelhadas, bacalhau com coentros, ratatouille, o melhor pão do mundo e, para sobremesa, arroz doce (o balanço entre input e output de calorias foi, ainda assim, benigno). Vinho tinto e um café bem conversado encerraram essa parte da jornada. Pelo que me detenho aqui.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Do mosteiro, em tom de confissão...

Foi impressionante. Escandaloso. Pornográfico, até. E foi uma delícia! Das cornucópias (algumas ainda quentes) ao mexido dos anjos, passando por pudins de azeite, rabanadas, broinhas de gema e tartes de alfarroba (esta não acabei), pouco nos escapou. Ah, e também houve morgado de Beja e uma espécie de arroz doce com ovos moles.
A mostra de doces e licores conventuais que pintou de amarelo-torrado o Mosteiro de Alcobaça (que melhor cenário?) ocupava três salas, qual delas a mais aliciante. Bancas e bancas de doces, queijadas, bolos, bolachas e licores tentavam os gulosos. A atender estavam simpáticas figuras vestidas segundo a moda de há uns séculos, que sabiam vender o seu produto.
Foi daqueles dias em que dizemos: “Hoje é para a desgraça”. O facto de haver no grupo outros grandes entusiastas das barrigas de freira, lérias e brisas do Lis serviu de agravante: todos provámos do prato de todos, com avidez, com gula, com o prazer de um pecado capital praticado entre paredes sacras. Valha-nos a bênção de um cálice de Bénédictine, doce e fortíssimo, o trabalho purificador de um flute de espumante com licor de maçã e o bafo contundente de uma cigarrilha na noite gelada de Alcobaça. É para repetir!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Manhã emersa

Elton John, I need you to turn to

Gosto da música deste gajo. Gosto desta em particular. Gostei da última vez que a ouvi. E de outra, no banco de trás de um carro, em viagem, com todos a cantar.