quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Courrier Internacional n.º 155


Os festejos atrasaram a divulgação mensal da revista em que trabalho e impedem, por enquanto, que vos dê a conhecer a belíssima capa do n.º 155 do Courrier Internacional. Acreditem, todavia, que vale a pena olhar para ela nas bancas. Tem força e, mais importante, não é enganadora quanto ao conteúdo que o leitor irá encontrar no interior da publicação.

O tema central é a queda das civilizações. O mundo tal como o conhecemos poderá desaparecer sem deixar rasto? Como e porque soçobrou a sólida Babilónia? Que impacto terão nisto tudo as pandemias e as questões ambientais. Como sempre, fomos procurar respostas nos melhores jornais e revistas do mundo.

Há mais assuntos para ler nesta edição: pirataria na Somália, novas formas de captar energia solar, problemas com retretes e esgotos, o fim das certezas na economia, o testemunho de uma vítima de lobotomia e, na secção dos insólitos, sugestões para os últimos presentes, que poderá oferecer até ao Dia de Reis.

É preciso dizer que a revista actualmente nas bancas é a última que fizemos sob a direcção de Fernando Madrinha. Por se tratar de um jornalista com quem aprendi muito, quer no plano profissional quer no pessoal, por ser um homem de fino trato, fino gosto e finíssimos gestos e, acima de tudo, um bom amigo e dos melhores seres humanos que conheço, deixo-lhe aqui uma singela homenagem e um sentido abraço.



REM, It's the end of the world
as we know it (and I feel fine)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (XVII)

Há certezas que, por mais consolidadas que as tenhamos, conseguem sempre sair reforçadas. Como esta, hoje confirmada ao ver um mar que ora é de Verão, ora é de Inverno e que nem sempre segue o que dita o calendário. A que agora vivemos é mesmo uma estação maravilhosa.


Andy Williams, It's the most wonderful time of the year
(o vídeo dos estrumpfes quase dava outro Baú das Codornizes...)


It's the most wonderful time of the year
With the kids jingle belling
And everyone telling you "Be of good cheer"
It's the most wonderful time of the year

domingo, 28 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (XVI ½)

Não resisto... ao fazer a entrada anterior, deparei com isto. É de chorar a rir!


Bob Rivers, Walking 'round in women's underwear

Lacy things, the wife is missin'
Didn't ask, her permission
I'm wearin' her clothes
Her silk pantyhose
Walkin' 'round in women's underwear


In the store, there's a teddy
Little straps, like spaghetti
It holds me so tight
Like handcuffs at night
Walkin' 'round in women's underwear

In the office there's a guy named Melvin,
He pretends that I am Murphy Brown
He'll say, "Are you ready?" I'll say, "Whoa Man!"
"Let's wait until our wives are out of town!"

Later on, if you wanna
We can dress, like Madonna
Put on some eyeshade
And join the parade
Walkin' 'round in women's underwear

A carol a day keeps the doctor away (XVI)

Há canções que, não fazendo qualquer referência ao Natal, acabam por ficar associadas à quadra. São disso exemplo Let it snow!, Baby it's cold outside e, claro, a contemplada de hoje. Há desta faixa centenas de versões. Gosto muito da dos Eurythmics, que já passou por este ninho, mas a que prefiro é mesmo a que canto no carro com quem de direito. Como essa nunca foi gravada (et pour cause...), trago-vos outra voz inconfundível.


Macy Gray, Winter Wonderland

sábado, 27 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (XV)

Quebremos a quasi-hegemonia anglófona dos últimos dias. Segue-se uma das mais bonitas canções portuguesas de Natal, que me lembro de ouvir o Tio Manuel Porto cantar, com ar angelical, nos velhos Natais do Restelo. Também cá em casa se canta o Natal de Évora, terra onde é bonito ir nesta quadra e passear sob as arcadas cheias de música. Este ano não rumámos a Sul, mas ouvimos este e outros cânticos na Igreja de São João de Brito, num belíssimo recital no passado dia 12.

A versão que escolhi, conquanto bela, omite uma quadra que fez história em casa amiga. Era assim a dita:

O Menino está dormindo
Nos braços da sua Mãe
Os anjos estão cantando
"Que gracinha que ele tem"

Sucede que havia, na casa de que vos falo, uma menina Maria da Graça, Gracinha, ainda criança. Ao ouvir esta quadra, ficava meio "sem graça". É que ela tinha uma irmã bebé, de seu nome Margarida, e não lhe parecia bem dizer-se, sobre o Salvador, "que gracinha que ele tem", excluindo a benjamina. Vai daí, solucionou o dilema com uma alteração à letra, que passou a ser:

Os anjos estão cantando
"Que guidinha que ele tem"

Um abraço, caro Francis, para ti e todos os teus, por esta e outras histórias!


Coral Évora, Natal de Évora
(na Igreja de Santo Antão, 2007)

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (XIV)


Pela primeira vez em 30 Natais, comprei um presente para mim. Comecei a contar a história há dias, mas, para abreviar razões, cá vai: havia uma cassete de que eu gostava muito, com crianças a cantar carols. Deram-ma os meus pais, quando vivíamos em Oxford, e muitas daquelas canções eram as que nos ensinavam na escola.

Um dia, a cassete sumiu da gaveta onde a ia buscar todos os anos... e nunca mais ninguém a viu. No início deste mês, ao assumir a minha natureza periódica de carol-junkie, tentei que a Net colmatasse a impossibilidade de reaver o artefacto perdido. Não me lembrava do nome do coro, só do título do álbum. Mas Christmas for everyone é, convenhamos, uma expressão comum, que está nos votos natalícios de meio mundo. Quando a googlei, os resultados eram asfixiantes.

Lembrava-me, por sorte, de que o disco tinha duas músicas que não aprendêramos na escola. Eram originais. E se o nome de uma delas era o mesmo do álbum - inútil, como vimos, para efeitos de pesquisa -, a outra dava mais alento. Conduziu-me aos leilões do eBay, onde encontrei o tesouro perdido e fiz um lance vitorioso.

Vinte e dois anos depois da primeira audição, a cassete sumida torna-se LP, o nome do coro de uma escola católica de Stockport ressurge do emaranhado das sinapses, as vozes lindas e as orquestrações renascem como se as tivesse ouvido ontem.

Autopresentear-me talvez não seja muito do espírito da quadra, mas não me arrependo nada. Até porque a dádiva pode ser partilhada. Com as meninas cá de casa, que adoraram. Com a minha irmã, que gostava como eu da história do Little Donkey que leva Maria gravidérrima até Belém. E convosco, dando a ouvir duas canções que não encontrarão noutro lado: as que permitiram alcançar o fim da gesta.



Saint Winifred's School Choir, In a lowly stable



Saint Winifred's School Choir, Christmas for everyone

Boas Festas, everyone!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (XIII) / Baú das codornizes (XV)


Peter Auty, Walking in the air (do filme The snowman)

Foi a descoberta do Natal dos meus oito anos: a história do miúdo que faz um amigo com quem vive um sonho muito real. A música, cantávamo-la na Saint Nicholas First School. Na altura divertia-nos, hoje arrepia-me. Pelas memórias que evoca, por sentir na pele o frio da primeira neve de Oxford, pela pureza da voz de Peter Auty (vale a pena pesquisar na Net este nome, tal como os de Aled Jones, Paul Miles-Kingston e Joseph McManners). Há dois anos, em Londres, ofereceram-me um CD com a história e a música. No ano passado, a cara-metade mandou-me este presente via blogosfera. Desta vez, sou eu quem vo-lo oferece.

sábado, 20 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (XII)

O concerto de Natal das Equipas de Jovens de Nossa Senhora - na igreja de Santa Isabel - tornou-se, desde há uns anos, local de encontros e reencontros, contemplação e amizade. A selecção musical esteve irrepreensível, os arranjos e orquestrações notáveis, as vozes eram afinadas e, às vezes, até apetecia ouvi-las mais alto. Destaques individuais para o barítono que cantou O holy night, para o fadista Peu e para a diva que, apesar das promessas em contrário que lhe ouvi no intervalo, acabou mesmo por cantar O happy day, um de três encores que o público acompanhou com entusiasmo. Adorei a ceia e a venda natalícia, além da companhia, que este ano foi enriquecida.

Sem possibilidade de vos trazer sons da noite de ontem, aqui fica um dos temas que ouvimos, aqui na voz de Lauryn Hill.


Oh Happy Day - Lauryn Hill

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (XI)

Moinhos da Pinhoa (foto de SK)


De novo o Natal em português, desta feita no mais português dos géneros musicais. Senhoras e senhores, silêncio, que se vai cantar o fado...

<

Alfredo Marceneiro, O Natal do moleiro

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Batem leve, levemente...

...à porta deste ninho.
O que procuram?


calipso com titulo aparece meu amor
ao fim de ano e picos, o surrealismo chega ao ninho

frase de abertura a dama e o vagabundo
da abertura não me lembro, mas sei qual é a minha cena favorita!

ney pereira wiseupHá para aí alguma confusão... Wise up é da Aimee Mann. Do Ney temos a Balada do louco. Já o Pereira (Júlio? Fernando? Nuno ou Gonçalo da Câmara?) suponho que seja só para disfarçar.

de abobora faz melua
...da melua fiz viola, fum fum fum que eu vou para Angola!

encontrar instrumental fungágá
José Barata-Moura até merece uma menção aqui no blogue, por ter preenchido muitas tardes da minha infância. Eis o Fungagá, mas em versão completa. Para outros carnavais ficarão o galo Badalo, a galinha Balbina, o pinto Jacinto e o peru Gluglu, a família dos Tortugas, o papagaio Caio, a Dona Vicência Sampaio e a sua grande amiga, Dona Carlota Bexiga, o macaco Zacarias e o compadre Chimpanzé, o cão Dom Pantaleão e o cão apenas Cão.

possamos ouvir ao vivo
Duvido que voltemos a ouvir Barata-Moura ao vivo, mas eu cá tive essa sorte, no Pavilhão dos Desportos (pré-Carlos Lopes), há mais de 20 anos!

chapéus da alicia keys c/ cabelo
Roubar-lhe um chapéu talvez fosse exequível... agora, com cabelo?! Parece-me um bocado nojento e duvido que a rapariga ficasse bem só com o escalpe.

quatro caminhos de serviço de courrier
Às vezes vou de metro e comboio, outras de carro, e, neste caso, ora pela Marginal, ora pela A5 - saindo, alternadamente, no nó do Estádio ou na rotunda de Porto Salvo/Cacém. Já o Courrier saiu todos os meses, na última sexta-feira.

pato donald em dia das bruxas
Nunca vi, mas está aqui. Por pouco que da abóbora não fazia meloa... Mais no espírito da quadra, recomendo o natal do mickey, baseado na história de Charles Dickens (vejam aqui as partes I, II e III).

quem fica até tarde no msn?
Quem não tem programa melhor... agora a sério, só quem lá fica é que sabe quem mais lá está!

quanta paz quanta luz
Aproveita enquanto durar...

www.gostasdisto.com
www.nãogostasdisto.nãocomas

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Bonne chance!


terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (X)


Crash Test Dummies, The First Noel

Then let us all with one accord
Sing praises to our heavenly Lord
That hath made Heaven and earth of nought
And with his blood mankind has bought

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Natal dos Simpsons


Christmas, curta-metragem dos Simpsons exibida no Tracey Ullman Show há 20 (!) natais

sábado, 13 de dezembro de 2008

Hoje à tarde voltei a ter 12 anos


Guns 'n Roses, Sweet Child o' Mine (live at the Ritz)


Obrigado, Miguel!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (IX)


Natal em português

Para lembar ao Miguel que não é só em Inglaterra que há meninos de coro afinadinhos, embora os de lá sejam os preferidos dos meus ouvidos...




Coro de Santo Amaro de Oeiras, A todos um bom Natal

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (VIII)

Porque o Natal não são só renas...



Kylie Minogue, Santa Baby


Been an angel all year
Santa Baby,
So hurry down the chimney tonight

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (VII)

Devo à falta de inspiração para outro assuntos, que me aprisionou numa esfera de música de Natal, a alegria de reencontrar uma canção que não ouvia há muitos anos. Estava numa cassete que os meus pais me ofereceram em Inglaterra e que eu ia buscar, todos os anos, no início de Dezembro, à gaveta do escritório onde sabia que ia encontrá-la.

"Mas veio um dia e não cantou / outro e mais outro e não cantou". Ou melhor, veio um dia em que a cassete não estava na gaveta, e nunca veio outro dia em que voltasse a estar. O encontro fortuito com este carol (noutra versão, quase tão boa como a que perdi) devolveu-me a esperança de recuperar a dita cassete. Para já, descortinei-a no eBay, em versão LP, e fiz um lance. Desejem-me sorte e prometo pôr aqui qualquer coisita.


Young Wexford Singers Children's Choir, Calypso carol
Shepherds swiftly from your stupor rise
to see the Saviour of the world

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (VI)

Vejo o Natal em tons de verde e vermelho, com notas douradas (poucas) aqui e além. Mas gosto de ouvir cantá-lo branco e o que desejo, mesmo, é que cada um viva a quadra na cor que mais lhe aprouver. Porque não o azul, a lembrar que nem durante as Festas tudo é alegria? Vá, para que também não sejam só tristezas, escolho uma interpretação capaz de vos arrancar um sorriso.


Porky Pig (voz de Mel Blanc), Blue Christmas

Decorations of red on a green Christmas tree
Won't be the same, dear, if you're not here with me


NOTA: Dito isto, não gosto nada da mania de encherem as ruas de decorações azuis e brancas, sobretudo umas que são branco a atirar para lilás. Dão um ar frio que não identifico com o espírito do tempo. E das bolas da TMN nem falo, por decoro.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (V)

Doménikos Theotokópoulos "El Greco",
Anunciação (1569)


Homenagem de um ateu ao dia da Imaculada Conceição, que por acaso (ou não) até foi muito bem passado... boa pintura e boa música, no caso El Greco e um carol religioso de 1661. A virgin unspotted foi publicado no livro New Carolls for this Merry Time of Christmas. Cantei esta canção, com muitos miúdos, há 20 Natais. Fazia parte da banda sonora do Nativity play, que representámos no Queen Elizabeth's School. A mim, que até tenho espírito natalício, calhou-me ser o Rei Herodes. Foi divertido e correu bem, ou não fôssemos orientados por excepcionais professores: Miss Madalena e Mister Rolim. No caso improvável de lerem esta entrada, deixo-lhes um abraço de Bom Natal.


A virgin unspotted

domingo, 7 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (IV)

Natal à luz das velas, ou quase.

Natal à luz de azevias e lemon curd, bolo-rei e queijo de Seia, sonhos e compota de pera vinho verde e empada de pato, paio e lemon curd, pão e doce de abóbora, vinho tinto e folhados de farinheira com espinafre, scones e doce de batata-doce, coscorões e queijo terrincho, tostas e marmelada. Natal à luz de abraços e conversas, gargalhadas e memórias, obras de arte e picardias, espanta-espíritos e ovelhinhas, livros e bebés, canções baixinho e poucos candeeiros, licores por provar e lindos pratos de papel.

Natal à luz dos amigos.

E uma música de Natal com velas e bebés. Escreveu-a John Rutter, em 1984, e canta-a, aqui no ninho, o melhor Fantasma da Ópera com que Andrew Lloyd Webber alguma vez contou.


Michael Crawford, Candlelight Carol

How do you capture the wind on the water?
How do you count all the stars in the sky?
How can you measure the love of a mother,
or how can you write down a baby's first cry?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (III)


Alvin and the Chipmunks, The chipmunk song (Christmas don't be late)

Hoje, trago-vos uma canção infantil. O Natal é uma festa de família e, por isso mesmo, uma festa das crianças. Os únicos seres, de resto, que conseguem gostar do timbre destes esquilos-cantores, que há 50 anos fazem as delícias da pequenada.

Escrita e cantada (!) por Ross Bagdasarian Senior, americano de origem arménia que criou os deliciosos Alvin, Simon e Theodore, foi a única música de Natal a chegar a n.º1 da Billboard. Vendeu quatro milhões de meio de singles é de tal forma um clássico que até outros esquilos bem famosos - Tico e Teco, da Disney - fizeram um cover desta canção, com o Pato Donald a fazer a voz de fundo.

O tema regressou aos tops no ano passado, por ocasião do filme dos esquilos (animado por computador), numa versão moderna e rockalhada. Noutra canção lançada este ano, Ho ho ho, do disco Undeniable, Alvin diz que quer receber um iPod, em vez de um hula-hoop. Sinal dos tempos? Prova de que tudo tem de mudar para poder ficar na mesma? Pouco importa... é um gozo ouvir estes esquilos e imaginar o que outros irão pedir, em breve, ao Pai Natal!



Alvin and the Chipmunks, The chipmunk song (Christmas don't be late) 2007

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (II)

Um Natal índio


Heather Dale, The Huron Carol

Expliquemos o que se pretende com a secção natalícia deste ano: pouco inspirada que anda a pluma da codorniz, o melhor é encher o ninho de música própria da quadra. Dado que escapar ao óbvio está-nos no ADN (ou devia!), tentaremos trazer coisas menos conhecidas ou interpretações insólitas do que é mais corriqueiro. Claro que, uma vez por outra, não escaparemos àquelas melodias que estão no ouvido de todos. Perdoe-se-nos o apego a certas versões irresistíveis; defendamo-nos chamando-lhes clássicos.

The Huron Carol foi composto em 1643 por São João de Brebeuf (1593-1649), jesuíta que andou pelo Canadá a evangelizar índios. A recuperar de uma clavícula partida, recriou uma canção chamada Une jeune pucelle, para transmitir o espírito do Natal ao povo huron (também conhecido por wendat). Por isso, a música é chamada, por vezes, The Indian Carol.

A letra foi escrita directamente em idioma huron, com o título Jesous Anhatonhia (Jesus nasceu). Celebra o nascimento de Cristo, que liberta o povo dos espíritos que o escravizavam, e descreve a típica cena do presépio, com os magos e demais adoradores. A canção foi, no século XX, traduzida para francês e inglês, por Jesse Edgar Middleton (as três línguas estão na faixa que escolhemos).

A versão inglesa é algo diferente da indígena, mas mantém elementos da tradição canadiana. Nascido ao luar de Inverno, Jesus é embrulhado numa pele de coelho e os magos trazem-lhe peles de raposa e castor, em vez de ouro, incenso e mirra. Deus é designado por Gitchi Manitou, termo utilizado pelos índios algonquinos. Já a letra francesa é mais aproximada à original.

Morto numa revolta da tribo iroquois, João de Brebeuf foi canonizado, em 1930, pelo papa Pio XI. Ao ouvir o seu carol, que descobri hoje, tiro-lhe o chapéu.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A carol a day keeps the doctor away (I)

Santa Claus, ilustração de Thomas Nast
para a Harper's Weekly (1863)



Bing Crosby and The Andrews Sisters, Here comes Santa Claus

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Courrier Internacional n.º 154

Saiu na sexta-feira mais uma edição do Courrier Internacional. As crescentes semelhanças entre robôs e seres humanos constituem o tema de capa deste número. Promissoras? Huxleyescas? Os textos que seleccionámos permitirão a cada um tirar as suas conclusões, mas, pessoalmente, embora haja coisas que impressionam, não me parece que haja motivo para grandes medos. O melhor é comprarem a revista, para terem a certeza...

Até porque há outros assuntos de interesse. Sabia, por exemplo, que os franquistas quiseram invadir Portugal durante o PREC, e que até se foram oferecer a Kissinger para levar a cabo tal tarefa, ciosos das criancinhas (incluindio niños y niñas) que os comunistas comeriam ao pequeno-almoço, mas os fascistas não? Alguma vez pensou como funciona o Banco Central da Palestina? Já reparou na quantidade de futebolistas italianos que andam a adoecer? Irritou-se quando a hora mudou e passou a anoitecer mais cedo? Gostava de ir à Luisiana? Se sim, desembolse 3,5 euros, que nem é muito, e leia os melhores textos da imprensa de todo o mundo.

Ah, é verdade! Este mês trazemos, como bónus, as memórias de John LeCarré, dos tempos em que foi espião ao serviço de Sua Majestade. Se o que está para trás não convenceu, isto deve chegar para desfazer dúvidas, não? Vá lá, pessoal, é Natal!



Lena d'Água e Salada de Frutas, Olhó robô

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Writer's bloGck


Queen, Breakthrough

If I could only reach you
That would really be a breakthrough

O blogue anda mortiço, mas que querem? Às vezes não apetece escrever, apenas deixar, numa cadência de conta-gotas, pequenos bocados de vida sem tecer considerações nem criar coisa alguma. Não tento, sequer, defender a escassa quantidade com inexistentes ganhos de qualidade. Ando preguiçoso, é só. Isto é giro, mas cansa. Isto é bom, mas é preciso estar para aqui virado. E eu estou pouco. Logo se vê.

sábado, 22 de novembro de 2008

Baú das codornizes (XIV)

Esta entrada de há dias diz bem do tom por que anda afinada a minha vida. Não têm faltado nas conversas cá de casa canções de embalar, cantigas de roda, filmes da Disney, séries de desenhos animados, etc. Do Barata-Moura ao papão-vai-te-embora-para-cima-do-telhado, da Branca de Neve ao Rei Leão, do Picapau Amarelo ao pato-pata-aqui-pata-acolá, do Calimero à Abelha Maia, tem sido um desfiar de recordações...

Em boa verdade vos digo que nunca esqueci essas imagens e sons de quando era miúdo. Sempre revisitei, ao longo dos anos, cenas, músicas e personagens, gravei filmes e comprei vídeos, discos e DVDs, que agora recupero para quem de direito.

Algumas há, no entanto, que mais vale que fiquem lá no vale das memórias (posto que difícil é dar-lhes ordem de despejo). Como esta película de 1989, de talentosos autores (a equipa de Don Bluth, que fez O segredo de NIMH e Em busca do vale encantado, mais as 287 sequelas), mas muito mal conseguida. Fomos vê-la, perto do Natal, éramos um grupo de dez ou mais, entre miúdos e adultos. Ninguém gostou e ainda hoje a obra é motivo de gozo em conversas familiares. A história era fraca, a animação muito vista, a banda sonora ensurdecedora. Não sei mesmo se não foi daí que nasceu a expressão "Tirem-me deste filme!".

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O voo da codorniz (XXXIV)

Planalto das Cesaredas, Lourinhã, Portugal

Terra de passeios por entre pedras, de pão por entre pedras, de cavalos por entre pedras, de febras, de castanhas, de água-pé por entre pedras. Caminhantes às dezenas, por entre pedras, como numa procissão a santo nenhum, sem mais deus do que o prazer de andar, olhar, sentir.

Céu azul de encomenda, o Verão de São Martinho a proporcionar o constraste perfeito com o verde-escuro dominante e o cinzento - perdão, os cinzentos, pois que a gama é vasta - da pedra que aflora por toda a parte. Surge a meio de uma verda, encostada a uma casa ou no meio de um pátio onde os miúdos brincam e alguém teve a boa ideia de instalar luzes. Havemos de cá voltar.

Há quem diga que o caminho se faz caminhando e este abre-se-nos a cada passo, com vontade. Inflecte, às vezes, por um desvio improvável, uma descida até a um ribeiro com ancestrais estruturas hidráulicas, uma subida que nos deixa aos pés de um moinho eólico. No fim, o consolo do repasto, do convívio e uma sensação efémera, mas gloriosa: quem chegou até aqui pode chegar onde quiser.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Baú das codornizes (XIII)


Baby mine, do filme Dumbo, de Walt Disney (voz de Betty Noyes)

Haverá melhor do que rever
esta cena com um bebé ao colo?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tentar

Esta música já se meteu comigo duas vezes, só nesta semana, e sempre via rádio do carro. Não a ouvia há séculos, mas foi-me dado, numa destas noites, partilhá-la com alguém a quem poderia cantá-la. Da segunda vez, matou-me as saudades dessa pessoa.


Macy Gray, Try

Games, changes and fears
When will they go from here
When will they stop

I try to say goodbye and I choke
Try to walk away and I stumble
Though I try to hide it, its clear
My world crumbles when you are not here

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Baú das codornizes (XII)

Remember remember
the fifth of November
Gunpowder, treason and plot.
I see no reason
why gunpowder, treason
Should ever be forgot...

No dia 5 de Novembro de 1605, Guy Fawkes e mais uma catrefada deles tentaram rebentar com o Parlamento inglês enquanto Jaime I discursava. O rei era protestante, os conspiradores católicos. A brincadeira valeu-lhe se enforcado, arrastado e esquartejado (hung, drawn and quartered, uma tradição lá das ilhas).

O rei quis, naturalmente, que o caso não fosse esquecido. E alguém teve a arte de transformar tão hedionda história numa nursery rhyme, para incutir nas novas gerações o respeitinho-que-é-bom-e-a-gente-gosta (há outras mais inócuas).

A miudagem adora a efeméride, comemorada com fogos-de-artifício e fogueiras, nas quais é imolado um boneco que representa Guy Fawkes, e que as próprias crianças fazem com roupas velhas, jornais, etc. Há quem o exiba, antes da hora da queima, pedindo a penny for the guy. Quando vivi em Oxford, fizemos um boneco destes na escola e comemos batatas assadas enquanto o dito ardia. Que saudades...

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Courrier Internacional n.º153


Não se assustem, que não é nenhum morto-vivo a irromper do solo para celebrar o Dia das Bruxas... é só (e já é tanto!) o Courrier Internacional de Novembro, que saiu hoje. E que dedica a capa à bonança que há-de vir após a tempestade, isto é, ao novo equilíbrio que poderá resultar da crise financeira.

Há mais assuntos em destaque: as cartas de Fernando Pessoa, as implicações do aquecimento global para o turismo, uma viagem à luminosa (e ainda muito portuguesa) Goa, o charme dos espargos, a reinvenção do folclore colombiano, os misteriosos círculos que alguém (extraterrestres?) desenha nas searas inglesas, os perigos dos canais de TV para bebés e um passeio em vol d'oiseau pelo "Arquipélago Europa", um retrato actualíssimo do Velho Continente.

Corram para o quiosque... vá lá, pode ser amanhã, só vos fica bem o gesto de pão-por-Deus!


This is Halloween, de Danny Elfman
(do filme O estranho mundo de Jack, de Tim Burton)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

No meu ninho por engano

Vieram à procura de coisas mirabolantes. Encontraram, porventura, coisas que o não eram menos... Eis, segundo o Statcounter, o que motivou alguns visitantes do codornizes nos últimos tempos.

anteontem 9 anos hoje 12
Ó tempo, volta para trás... dá-me tudo o que eu perdi... Mas, aos 12 anos, ainda há tanto tempo pela frente que a situação não é dramática!

brandi carlile e belinda carlile são família?
Não. Belinda é Carlisle. Brandi tem melhor voz. Dito isto, ambas acabam por ser um pouco iguais a si próprias.

erros meus, má fortuna, amor ardente explicado
Amor explicado não ficará um pouco menos ardente?

fotos de amy winsor
Desconheço... já por aqui passou outra Amy, mas duvido que alguém googlasse fotos dela nesse tom matreiro. Gross!

msn de meninas
Não queriam mais nada! Era isso e telemóveis! E fotos também, já agora!?

mundo da chucha
Esta até percebo, dadas as notícias que inevitavelmente circularam por aí. Mas não, é acessório que não mora cá no ninho. Chuchar, só se for no dedo.

passos para fazer um quadro impressionista
Se eu soubesse não dizia, até porque os impressionistas, coitados, sempre viveram meio na pobreza, não é? Dois deles passaram por aqui recentemente.

qual é a época da truta?
Esteve no codornizes a 20 de Dezembro de 2007, mas sabe bem em qualquer altura do ano.

quero saber a resposta do código secreto do littlest pet shop
Para comprar sweet fluffy microbes e passeá-los pela trela, com certeza.

ver uma cabeça de abóbora no dia das bruxas
Abordagem positiva: há coisas piores para ver no Dia das Bruxas e há dias piores para ver uma cabeça de abóbora.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fim-de-semana campestre


No doubt, Greener pastures

Would you say they find me unstable
'Cause they see me act a little bit different
But I know my way to greener pastures and

Think about it, won't you think it over
Please

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O voo da codorniz (XXXIII)

Sarrià, Barcelona, Catalunha, Espanha

Um gesto amigo lembra-me outro amigo. Saudades de um acentuam as saudades do outro. A viagem daquele à cidade deste, a que também chamo minha, dá-me vontade de lá voltar. E de aterrar como da última vez, depois de sobrevoar toda a linha costeira, do Llobregat ao Besòs, dos contentores da Zona Franca aos toldos das varandas da Barceloneta, aqui o mar, ali a cidade, lá atrás o Tibidabo, deste lado Montjuïc. Una abraçada, Miquel i Oriol!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Dois dardos na codorniz

Duas talentosas bloguistas - a Mateso e a Addiragram - deram ao codornizes este presente. Foi uma surpresa muito gratificante, tanto pelo significado do Prémio Dardos como pelo apreço que merecem as autoras destes tiros pacíficos no ninho. Muito obrigado, só espero estar à altura.

Com o Prémio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.

Quem recebe o Prémio Dardos e o aceita deve seguir algumas regras:
1. Exibir a distinta imagem;
2. Linkar o blogue pelo qual recebeu o prémio;
3. Escolher 15 outros blogues a que entregar o Prémio Dardos.


Esta última parte é a mais tramada, mas vamos lá tentar aplicar os critérios (felizmente muito abertos). Olhem, o que me saiu foi, sem ordem de precedência:

8ª edição da JRL
À esquerda de Marte da Martini
Algeroz ! do miguel
A ver o mar... da Sophiamar
Beatles forever! da Teresa
Blue Moleskin da Cláudia Santos Silva
Bom jardim do Alf
Dias que voam de vários autores
Lord Broken Pottery de Lord Broken Pottery
O espaço azul entre as nuvens do Mário
O mito do celofane da M.
O privilégio dos caminhos da Júlia ML
Porta do Vento da ana v.
Sub Rosa da Meg
Um lugar ao sol da María del Sol

domingo, 19 de outubro de 2008

Adeus, Mirita

Hei-de olhar à volta da cozinha velha antes de pôr a fruta ao lume. Não propriamente à sua procura. Sei, desde há muito, que não volto a vê-la encostada à mesa de ardósia, o sorriso nos lábios e ainda mais no olhar azul. Mas sei, desde sempre, que vai estar connosco, todos os anos, na odisseia das compotas, marmeladas e geleias. Prometo acompanhar de um sorriso o suspiro que hei-de lançar. Onde quer que esteja, Mirita, quero que sinta o cheiro do açúcar a ferver, à procura de um ponto que aprendi consigo. Um beijinho grande, querida amiga.



Elton John, Skyline pigeon


For just a skyline pigeon
Dreaming of the open
Waiting for the day
She can spread her wings
And fly away again

sábado, 18 de outubro de 2008

Já ia sendo hora...

...de os céus se manifestarem!



Johnny Mathis, When a child is born

Nota: Este quadro impressionista era o que se via da nossa janela há umas horitas. Ninguém me tira da cabeça que a saraivada de calibre malteser foi uma salva de boas-vindas.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

E assim continua


Paul Simon, Born at the right time

Never been lonely
Never been lied to
Never had to scuffle in fear
Nothing denied to
Born at the instant
The church bells chime
And the whole world whispering
Born at the right time

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

É só isto

Joanne Swansborough
roubado ao blogue O meu cais




Espalhem a notícia
do mistério da delícia
desse ventre
espalhem a notícia
do que é quente e se parece
com o que é firme e com o que é vago
esse ventre que eu afago
que eu bebia de um só trago
se pudesse

Divulguem o encanto
do ventre de que canto
que hoje toco
a pele onde à tardinha desemboco
tão cansado
esse ventre vagabundo
que foi rente e foi fecundo
que eu bebia até ao fundo
saciado

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
bonita

A terra tremeu ontem
não mais do que anteontem
pressenti-o
o ventre de que falo
como um riotransbordou
e o tremor que anunciava
era fogo e era lava
era a terra que abalava
no que sou

Depois de entre os escombros
ergueram-se dois ombros
num murmúrio
e o sol, como é costume,
foi um augúrio
de bonança
sãos e salvos, felizmente
e como o riso vem ao ventre
assim veio de repente
uma criança

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
bonita

Falei-vos desse ventre
quem quiser que acrescente
da sua lavra
que a bom entendedor
meia palavrabasta, é só
adivinhar o que há mais
os segredos dos locais
que no fundo são iguais
em todos nós

Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo do mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher

vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher
bonita

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Se eu soubesse, dizia-te


Se eu voar sem saber onde vou
Se eu andar sem conhecer quem sou
Se eu falar e a voz soar com a manhã
eu sei...

Vincent van Gogh, Esplanada do café à noite
(Arles, 1888)

Sei que dás por ti a meio do voo e, à falta de melhor conselho, digo-te que esqueças as vertigens. Intuo a tentação de não desceres à Terra entre cada duas nuvens e prometo não franzir o sobrolho julgador. Engulo o arrepio egoísta de não poder dizer se te reservam liras ou trovoadas, chuva ou algodão-doce. Guarda o pára-quedas para outros abismos, na verdade, porque não hás-de continuar a voar, sem mais fim que descobrir o destino do voo?

É quase, verás, como as caminhadas em que me lanço ao deus-dará. Deixo aos pés a condução e acho sempre que vou perceber onde a vida me leva. Às vezes distraio-me a tentar ler o desenho que algum avião ou criatura voadora faz no céu e trauteio aquela canção do Reggiani, que não conheces. Daí, talvez te prenda a atenção o contorno que os meus passos esboçam nas superfícies irregulares que calcorreio. Lembras-te dos livros de passatempos de quando éramos miúdos: una os pontos? Se adivinhares o que é, diz qualquer coisa.

Sei que falas sem saber a que vai soar a voz. Tenho de recordá-lo constantemente à sobrancelha teimosa e a mais do que um coração. Não tem de vir na manhã o teu momento de glória (desde que venha!), já partilhámos minutos pouco memoráveis à mesa dos cafés. Rio sem parar de noites que foram tuas, de destrinçar no teu rosto os rubores distintos dos copos e da história que eles promoveram ou tentaram apagar. Rio quando os nossos dias têm sabor, porque gosto do que acontece em ti.

Banda sonora adicional: A mesma música pela Sara Tavares (num belíssimo blogue), a que gostava que conhecesses e uma que quem tiver de perceber percebe.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Terra molhada


Às vezes a chuva é tão forte
Que a terra, de tão molhada,
Parece cheirar a morte.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Vou p'rá terra...

Toxofal de Baixo (PC, 29 Março 2008)



E antevejo-o nesta canção, de que vos deixo três belas versões, para que digam de qual gostam mais... ai, a falta que me faz o blogue da cara-metade, para estas brincadeiras musicais!







Michael Stipe e Fautline, Greenfields


You can't be happy, while your heart's on the roam
You can't be happy until you bring it home
Home to the green fields, and me once again

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Muito obrigado...

...a quantos têm assinalado o primeiro aniversário do codornizes. Espero que continuem a fazê-lo e, se passarem pelas entradas antigas, deixem lá o vosso ovo. A festa continua, com este número musical: como não poderia deixar de ser, ouviremos a música que abriu este blogue e dele se tornou hino não-oficial.

Luciano Pavarotti, Josep Carreras e Plácido Domingo, Moon river

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O ninho faz um ano!!!


A Terra deu uma volta ao Sol desde que o ninho nasceu. Nunca esperei, mas suponho que deva dizer alguma coisa. Recordemos o dia 8 de Outubro de 2007...

Não um programa muito definido, mas este espaço vai servir para mostrar coisas novas e velhas, em rubricas fixas e móveis. Anima-me a vontade de não deixar que o tempo nos passe ao lado. Ou que a rotina contamine os tempos mortos e mate os tempos vivos.

Foi assim que o codornizes se apresentou, um ano, sem saber bem ao que vinha. Ainda não sabe, mas penso poder dizer que tem cumprido o tal programa indefinido. Por aqui têm passado os bocados de vida que me vai apetecendo partilhar. Não sei se os melhores, sei que certamente não todos. uns que são para mim ou, quando muito, para um grupo íntimo de privilegiados... ainda assim, pousei neste blogue 356 vezes, quase uma por cada dia do ano ora assinalado. O que deve querer dizer que tenho mais coisas a partilhar do que julgava antes de ter entrado nesta brincadeira.

Porque é exactamente disso que se trata: de uma brincadeira. Que é feita a sério e trabalho, mas não se leva demasiado a sérioisso é para a vida em carne e osso e, mesmo assim, com conta, peso e medida. Na blogosfera, a ideia é mais divertirmo-nos. E divertirmos mais alguém, se para tal chegarem engenho e arte.

A festa está aqui e é mais uma brincadeira: cada palavra deste texto é um portal para uma entrada do codornizes. Estão todas, todinhas! A ideia é visitá-las ao calhas. Ainda farão sentido? E os comentários que foram deixados, e que tanto as enriqueceram? Convido-vos a reler um ano de ninho, ao sabor do clique (consertei, para tal, todos os links perdidos).

Experimentei isto ontem e asseguro-vos que passei um bom bocado. Por isso, força! Mesmo que a coisa tenha sido escrita muito tempo, sintam-se sempre à vontade para acrescentar qualquer coisinha. Eu prometo responder... Um ano de codornizes é caso para dizer: Parabéns, leitores. E muito obrigado a todos!